O número de buscas no YouTube pelos termos diversidade e inclusão aumentou 71% e 24% respectivamente só no último ano. Eles passaram a ser discutidos pela indústria da beleza, abraçados pelas artes e observados pelo mercado como um todo em diferentes esferas, gerando debates apaixonados e polêmicos que, acima de tudo, ajudam a moldar os […]
10 de abril de 2023
O número de buscas no YouTube pelos termos diversidade e inclusão aumentou 71% e 24% respectivamente só no último ano. Eles passaram a ser discutidos pela indústria da beleza, abraçados pelas artes e observados pelo mercado como um todo em diferentes esferas, gerando debates apaixonados e polêmicos que, acima de tudo, ajudam a moldar os nossos tempos.
Os benefícios da diversidade para as marcas são muito maiores do que um olhar para a comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti, Transexual,Transgêneros, Queer, Intersexual, Asexual e Aliados e outras orientações sexuais e expressões de gênero) enquanto mercado consumidor. Ter uma equipe mais diversa efetivamente trabalhando para sua marca facilita conexões mais empáticas com as pessoas de uma forma geral.
Quando há um alinhamento legítimo às questões vividas por pessoas desta comunidade, há um engajamento. Segundo pesquisa do Google Brasil de maio de 2018, dos quase 18 milhões de brasileiros que se identificam com alguma das letras da sigla, 50% se dizem dispostos a priorizar uma marca que apoie a causa, mesmo contra ofertas mais vantajosas.
Em um país onde a sociedade ainda está aprendendo a acolher as diferenças, é importante ressaltar que onde há muito a ser feito também há muitas oportunidades. Para entender melhor esse universo a partir da perspectiva de quem o vive na prática, o Google e a Box 1824 conduziram um estudo qualitativo e abrangente. Como parte da metodologia, foram recrutados entrevistadores de dentro e de fora da comunidade LGBTQIA+, com e sem “lugar de fala” (ou seja, “propriedade e vivência”) em ambos os temas.
Confira abaixo 6 dicas deste estudo para trabalhar a questão da diversidade em sua marca:
Quando o assunto é diversidade, é comum existir a cobrança de que o discurso venha acompanhado de ação. No caso das parcerias – com iniciativas que se dedicam aos temas da agenda de inclusão –, é importante considerar ações que façam a diferença de maneira efetiva na estrutura em questão, indo além da doação de lucros. A marca pode promover treinamentos para aumentar o alcance da iniciativa que visa apoiar? Pode construir novos espaços físicos? Melhorar os que já existem? O que aceleraria a mudança além de recursos financeiros?
Avaliar o contexto e discutir possíveis melhorias com as partes envolvidas é fundamental. Em todos os casos, o primeiro passo deve ser olhar pra dentro: estou apoiando a agenda de inclusão, mas estou fazendo o mesmo com os colaboradores da minha empresa?
Retratar algo a partir do ponto de vista de quem vive, e não apenas de quem observa. Para criar conexões com verdade e emoção, a recomendação é buscar histórias e experiências verdadeiras, dando espaço para que os próprios protagonistas também gerem narrativas. Aqui entra a importância de ter representatividade e diversidade também na equipe, desde a idealização até a produção, para conferir veracidade às peças.
Simplificar a linguagem para que a mensagem alcance todos os públicos é essencial, especialmente para sensibilizar e engajar as pessoas além do público LGBTQIA+ para que esse público também abrace a causa.
Lembre-se que o público LGBTQIA+ tem outros interesses para além do tema diversidade e não deve ser considerado apenas neste contexto. Sua campanha é sobre games? Viagem? Beleza? As pessoas LGBTQIA+ atuam, consomem e têm interesse em diferentes áreas. A representatividade real precisa partir dessa premissa e também precisa considerar as diferentes classes sociais, raças, identidades de gênero e orientação sexual que compõem a comunidade, ajudando a garantir a visibilidade do maior número de pessoas possível.
É necessário entender que as realidades de lésbicas são diferentes de transgêneros e de gays, ainda que exista uma agenda comum. É preciso compreender e respeitar cada uma dessas especificidades. Vale se atentar ao cuidado de não colocar todas as letras da sigla “em um mesmo barco”.
Há um abismo de conhecimento entre boa parte das pessoas cis e hétero sobre a realidade LGBTQIA+. Até mesmo dentro da comunidade há desinformação sobre as agendas. Produzir conteúdo que mostre essas diferenças é uma oportunidade de se diferenciar e promover a mudança da conscientização e da cultura sobre o tema no Brasil.
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