Itaú quer usar computação quântica para fidelizar clientes e sugerir investimentos

Banco brasileiro é o primeiro da América Latina a aderir à rede global da IBM; objetivo também é testar soluções para precificar derivativos e buscar carteira de investimento para usuários

21 de junho de 2023

Itaú quer usar computação quântica para fidelizar clientes e sugerir investimentos

O Itaú Unibanco tornou-se a primeira empresa brasileira e o primeiro banco da América Latina a participar da rede global de computação quântica da IBM. A adesão à rede permitirá que o banco teste soluções para a precificação de derivativos e a busca de carteiras de investimento para os clientes. O Itaú já investe nessa área desde 2019 e no ano passado desenvolveu métodos, em parceria com a QC Ware, para prever a saída de clientes do banco. Com a entrada na IBM Quantum Network, o Itaú poderá utilizar o computador quântico mais avançado da IBM e colaborar com mais de 250 empresas e universidades globais.

A computação quântica utiliza os princípios da física quântica para aumentar exponencialmente a capacidade de processamento dos computadores. Essa tecnologia permite a resolução mais rápida de problemas em comparação com os computadores clássicos. O Itaú reconhece as oportunidades e os desafios no setor financeiro que podem ser abordados por meio da inteligência artificial, modelagem avançada e computação quântica. No ano passado, o banco desenvolveu modelos que melhoraram a retenção de clientes em 2% e agora busca expandir suas aplicações com a entrada na IBM Quantum Network.

Com a adesão à IBM Quantum Network, o Itaú terá acesso ao computador quântico mais avançado da IBM e terá a oportunidade de colaborar com outras empresas e universidades globais. A rede conta com mais de 250 participantes, incluindo nomes como Goldman Sachs, EY e Capgemini. A capacidade do computador quântico da IBM é de 433 qubits, o que oferece maior potencial para resolver problemas complexos em tempo real. A parceria permitirá ao Itaú explorar novas possibilidades e projetos na área de computação quântica, impulsionando sua busca por soluções inovadoras no setor bancário.

Ainda no futuro

Os qubits são os componentes fundamentais da computação quântica e se comportam de maneira diferente dos bits tradicionais. Enquanto os bits têm apenas dois estados possíveis (0 e 1) em um determinado momento, os qubits podem estar em ambos os estados simultaneamente. Isso permite que os computadores quânticos sejam mais rápidos do que os computadores clássicos.

No entanto, os computadores quânticos enfrentam desafios em relação à produção e ao armazenamento, o que torna a tecnologia cara e dificulta seu desenvolvimento em escala comercial. Apesar das críticas em relação à viabilidade, grandes empresas como o Google e a IBM estão investindo na área.

Atualmente, a principal barreira para a computação quântica é o hardware, especificamente o número de qubits disponíveis. A IBM ainda não superou a marca de 1000 qubits, mas espera-se que nos próximos cinco anos haja casos de uso real da tecnologia. O Itaú, por exemplo, vê no futuro a possibilidade de utilizar a computação quântica para análise e aprovação de crédito em tempo real, mas isso ainda está alguns anos distante devido à disponibilidade e tamanho dos servidores necessários.

Matéria produzida pelo jornalismo do Estadão e otimizada por IA. Fonte: www.estadao.com.br