IA nos negócios: FH Data | Henrique Cesar Carvalho e Fernando Aureliano

Especializada em inteligência artificial aplicada aos negócios, a FH Data aposta na combinação entre tecnologia, diagnóstico humano e infraestrutura personalizada para gerar resultados reais e duradouros para grandes empresas

16 de setembro de 2025

IA nos negócios: FH Data | Henrique Cesar Carvalho e Fernando Aureliano

O surgimento de uma nova tecnologia traz muitas oportunidades para o mercado – e com a inteligência artificial não é diferente. Fundada para no final de 2023, a startup recifense FH Data traz um tempero a mais a essa receita: sua grande missão é ajudar os gestores de grandes empresas a tomar melhores decisões com ajuda da IA. 


Com clientes como Suzano, Vibra Energia, Stellantis e o próprio Estadão no portfólio, a companhia mescla produtos e serviços para permitir que grandes corporações ganhem produtividade e eficiência com a tecnologia, que se transforma a passos largos todos os dias. Na entrevista a seguir, os cofundadores da FH Data, Fernando Aureliano e Henrique Cesar Carvalho, contam como ajudar os gestores de grandes empresas a tomar melhores decisões com auxílio da IA.

Henrique Cesar Carvalho e Fernando Aureliano – Foto: Tiago Queiroz/Estadão Blue Studio

1) Qual é a missão da FH Data no mercado?

Henrique: Hoje nós trabalhamos preparando, desenvolvendo e implementando soluções que auxiliem as empresas a usar inteligência artificial em prol da alavancagem de resultados – seja na área logística, no comercial, no operacional, etc. Nós temos soluções que usam IA e as aplicamos a partir de uma estrutura, que pode já existir ou ser desenvolvida no início do trabalho. Para resumir em uma frase, ajudamos os gestores a tomar melhores decisões com o uso de inteligência artificial.

2) Um estudo recente do MIT mostra que 95% das empresas já usam IA, mas só 5% o fazem de maneira efetiva. Por que é tão difícil usar a tecnologia e gerar resultados? 

Fernando: É muito fácil sair do zero e começar a usar IA porque a tecnologia está democratizada. O mercado vive um FOMO (sigla em inglês para “medo de ficar de fora”, em tradução literal), todo mundo quer estar nesse bolo. Fazer algo impactante é muito mais difícil. A consultoria Gartner aponta que 40% das soluções de IA usadas hoje vão sumir em até dois anos. Por quê? Uma explicação é a infraestrutura: nem todo mundo tem robustez para comportar essas soluções. A outra são os resultados rasos. 

3) De um lado, uma empresa de tecnologia tem uma preocupação com escala. Do outro, cada cliente tem uma realidade, que demanda personalização. Como a FH se organiza entre o lado de software e o aspecto mais consultivo?

Henrique: No nosso campo de trabalho, temos trilhas voltadas para serviço e para produto. O cenário que levamos para toda empresa é usar nossos produtos e gerar a alavancagem – uma redução de custo ou de tempo, o aumento da rentabilidade do negócio. O ponto é que, para chegar até a geração de valor, é preciso preparar essa infraestrutura – e para isso desenvolvemos uma metodologia para entender a maturidade em que cada negócio está. A IA é um telhado, então é preciso construir a casa tijolo por tijolo para que a ferramenta funcione bem.

4) Adotar IA não é só uma questão de tecnologia, mas de cultura: além dos gestores, os times precisam estar preparados para usar a ferramenta. Como endereçar essa questão? 

Fernando: Não é porque trabalhamos com tecnologia que não podemos ser humanizados. Uma parte grande de cada início de projeto é fazer um diagnóstico das pessoas, entendendo se elas estão abertas ou não para receber a IA. É importante mostrarmos que ela não vai substituir ninguém. 

Henrique: Não tem como mudar uma cultura e gerar impacto com uma ferramenta se quem está na ponta não for educado para usá-la. Temos uma transformação muito bruta acontecendo no mercado, a ponto de que muitas vezes não dá tempo dos profissionais se prepararem. Nosso papel como negócio é educar as pessoas – e aqui, a transformação não é só para o negócio, mas também cognitiva e mental. 

5) No mundo do software, muitas empresas se acostumaram a consumir uma solução de um único fornecedor. Na IA, o universo é colaborativo. Como é explicar isso para os clientes? 

Fernando: Essa característica colaborativa é uma barreira importante para a adoção da tecnologia, porque não é fácil para uma corporação que se vê como caixa-preta entender esse conceito. É preciso encarar as duas faces da moeda. Em uma das faces, é preciso compreender os riscos de segurança. Na outra, há um ganho que justamente vem por essa colaboração. Quem souber lidar bem com os dois lados tende a ganhar. 

6) E o que a IA poderá fazer em dois anos que não faz hoje? 

Fernando: Mais do que saber o que a IA vai fazer, a grande pergunta é saber como as pessoas vão usar IA de formas que não imaginamos hoje. Acredito no poder da criatividade humana. É claro que a IA vai se desenvolver e permitir coisas fantásticas. Mas o que vai ser disruptivo é saber como a inteligência natural vai aplicar essa tecnologia. 

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A Série de Entrevista: “IA nos Negócios” é um espaço para convidados compartilharem suas visões, experiências e inspirações com o mercado. As informações e opiniões formadas neste artigo são de responsabilidade única do autor. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.