Lélio Souza Jr acredita que IA pode ajudar médico a ser mais assertivo e produtivo e a ter menos problemas de saúde mental.
19 de novembro de 2025
A inteligência artificial (IA) encontra na saúde um campo fértil, e a Afya aposta nessa integração para apoiar mais de 300 mil profissionais em todo o País. Segundo Lélio Souza Jr., vice-presidente de Soluções de Práticas Médicas, a tecnologia deve atuar como uma “inteligência aumentada”, ampliando a capacidade dos médicos sem substituir o fator humano. Ele reforça, porém, que os avanços só trarão benefícios se houver segurança, anonimização e proteção dos dados dos pacientes.
Lélio Souza Jr. – Foto: Tiago Queiroz/Estadão Blue Studio
Como tecnologia, IA existe desde a década de 1950. Trabalhamos com IA há alguns anos. Um dos nossos produtos é o Radar Whitebook, que, com aprendizado de máquina, é capaz de gerar uma predição de surtos de doenças a partir de dados de consumo de conteúdo. Se muitos médicos consultam o nosso material para saber de uma doença em certa região, é sinal de que um surto está vindo. Outra tendência é a IA generativa, que se popularizou devido a uma combinação de disponibilidade e desempenho de tecnologia num custo viável, com o ChatGPT e outros sistemas.
Na rotina, a IA dá o suporte à tomada de decisão clínica – e agora, em vez de pesquisar, o médico conversa com a IA. Um ponto de atenção é a base que alimenta essa IA: em saúde, não há tolerância para alucinação, de maneira que temos um cuidado grande no que o assistente usa para oferecer ao médico. Outro ponto de auxílio é no prontuário eletrônico: hoje, a IA escuta as consultas e faz as anotações para o médico, permitindo que ele tenha 100% de atenção no paciente e oferecendo hipóteses diagnósticas. É um momento transformacional.
Nunca eliminamos o fator humano na preparação e na crítica do conteúdo. Além disso, usamos técnicas de condições de contorno para definir até onde a IA vai, além de fazê-la aprender com os feedbacks dos médicos. A IA não vai substituir o humano: é o médico, na ponta, quem é o tomador de decisão. Não à toa, gostamos muito do termo “inteligência aumentada” para a sigla IA, em vez de “inteligência artificial”. Ela aumenta a capacidade do médico.
A saúde é uma das áreas que mais geram dados, mas ainda transforma pouco esses dados em valor para os indivíduos. Hoje, usamos relógios inteligentes e pulseiras, que medem dados ininterruptos. Para gerar valor, é preciso usar o dado, mas para isso acontecer é preciso garantir duas coisas. Uma é a não exposição do paciente. Outra é dar ao paciente o domínio sobre o uso e o compartilhamento dos dados – algo que está diretamente ligado a um projeto muito interessante do governo federal, a Rede Nacional de Dados de Saúde.
Não há uma solução fácil aqui, até porque a medicina é uma área cheia de pressão. Além de lidar com vidas, os médicos têm de fazer cada vez mais atendimentos para se sustentar. Há a exaustão de plantões. Têm de se preocupar com as redes sociais, porque as pessoas podem filmar atendimentos e explorar isso na internet. E há pressão por tarefas do dia a dia, que fogem da medicina, como a gestão de um consultório, além da própria pressão da tecnologia, da IA. Temos de ter tato para inserir a tecnologia no dia a dia do médico sem que ela se torne um fardo. A melhor forma de fazer isso é ajudá-lo – registrando a consulta, dando suporte na tomada de decisão, auxiliando na gestão do dia a dia, gerando conveniência para aliviar a carga.
A Afya quer ser protagonista na transformação da saúde e acredita que a tecnologia pode ter um impacto muito positivo na promoção da saúde. Com IA, um médico pode fazer um diagnóstico e um plano de cuidados muito mais rico e assertivo. Além disso, queremos que o foco esteja na saúde, usando o valor agregado dos dados que captamos todos os dias: cada indivíduo pode acompanhar sua saúde a partir de dados, enquanto o médico tem muito mais o que analisar. Acreditamos que esse paradigma pode trazer eficiência para o sistema. Daqui a dois anos, veremos médicos usando tecnologia, prestando um serviço melhor, mais assertivo e produtivo para os seus pacientes – e com menos problemas de saúde mental.
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A Série de Entrevista: “IA nos Negócios” é um espaço para convidados compartilharem suas visões, experiências e inspirações com o mercado. As informações e opiniões formadas neste artigo são de responsabilidade única do autor. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.
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