“O maior inimigo das marcas é a apatia”, diz o Cofundador e CCO da Euphoria Creative, Marcelo Rizério

O executivo fala sobre como criatividade e estratégia são essenciais para romper a irrelevância no mercado

10 de dezembro de 2025

“O maior inimigo das marcas é a apatia”, diz o Cofundador e CCO da Euphoria Creative, Marcelo Rizério

Com mais de uma década dedicando-se à criação em grandes agências, o diretor de arte e empreendedor Marcelo Rizério decidiu fundar a Euphoria Creative, uma agência construída sobre a convicção de que a criatividade é o maior diferencial das marcas. Em um mercado saturado de conteúdos que disputam apenas 1,2 segundo do olhar das pessoas, ele defende que o maior inimigo das empresas hoje não é a concorrência, mas a apatia. 

Nesta entrevista, Rizério explica como nasceu a Euphoria Creative, o conceito de “apatia de marca” e a força da criatividade humana em um mundo hiperacelerado.

Marcelo Rizério, Cofundador e CCO da Euphoria Creative. Foto: Divulgação/Euphoria Criative

1) O que te motivou a empreender e criar a Euphoria Creative?

Passei os últimos anos trabalhando em grandes agências e percebi que o que eu mais amava na minha profissão, que é criar, fazer campanhas icônicas, nem sempre era o foco quando você está numa estrutura muito gigante, muito global. Por isso, decidi, junto com os meus sócios, abrir uma agência para a gente conseguir, de fato, ter uma operação focada na criatividade e em uma boa estratégia.

2) Você é formado em direção de arte. Como isso influencia a forma de liderar e de criar?

Cada vez mais, a gente vê o design e tudo que é visual se tornando relevantes na vida das pessoas. Vemos plataformas que estão indo para esse lado visual. Então, acho que a direção de arte é algo fundamental para todo e qualquer trabalho de comunicação. Afinal de contas, a primeira coisa que você vê em qualquer trabalho é algo visual.

E acho que, falando como liderança, é muito bom quando você consegue colocar o olhar de criatividade na liderança em qualquer processo, porque isso passa a ser uma prioridade dentro do trabalho, a criatividade.

3) Em uma época de novas tecnologias e IA, como você vê o desempenho da criatividade humana? Você enxerga a IA como uma ameaça?

Não acho que a IA é uma ameaça, acho é mais uma ferramenta que veio para ajudar. Mas uma coisa tem que ficar muito clara: criar é humano. A gente nunca vai deixar de ser fundamental em qualquer processo criativo. A IA na mão de uma pessoa que tem ideias, tem criatividade, irá fazer horrores com aquilo, vai saber usar a favor.

4) Como você define uma “apatia de marca”? A Euphoria nasceu com o propósito de combater a apatia com criatividade. 

Hoje em dia, a gente é bombardeado de conteúdo. A estatística é que você vê cada conteúdo por 1,2 segundo. E não para, é infinito. A marca compete não só com outras marcas, ela compete com todos os conteúdos com que você está sendo impactado.

A gente fez vários estudos antes de abrir a agência, e isso faz parte da nossa teoria, em que o maior inimigo das marcas é a apatia, pois, nesse bombardeio de conteúdo, a marca pode ser irrelevante, invisível. E podem existir diversos tipos de apatias, de marca, de categoria, de inovação, entre outros.

Criatividade, provocação e trabalho com relevância cultural podem gerar algum tipo de reação nas pessoas. E a maior reação que uma pessoa pode ter, que é o contraponto à apatia, é a euforia. Por isso, a gente se chama Euphoria.

5) Existe alguma campanha recente da empresa que você gostaria de destacar? 

Fizemos recentemente uma campanha para Hellmann’s , em que o desafio era falar sobre o consumo de salada de maionese aos domingos. A marca tem uma penetração gigante nos lares, só que um dos maiores consumos, que era a salada de maionese, vinha caindo com o tempo. As pessoas faziam aquelas decorações nas saladas de maionese, com flor feita de tomate, a cenoura virava um pássaro e por aí vai.

Criamos um movimento chamado Maionesismo, que foi o primeiro movimento artístico feito com maionese. E a gente transformou esses pratos, na primeira exposição maionesista do mundo, em uma galeria de arte real. As pessoas começaram a gerar uma conversa no social. E essa pauta foi parar até num programa de televisão, os quadros leiloados, e a gente, por fim, fez uma exposição a céu aberto.

6) Marcelo, como você vê sua área daqui alguns anos? Qual o futuro da criatividade?

Eu vejo com muito otimismo. Acho que criatividade é fundamental no mercado de comunicação. É através da criatividade que você consegue chamar a atenção das pessoas, fazer ser mais interessante.

A gente pode falar da mesma notícia de várias maneiras. Pode gravar a mesma música de várias formas. E é justamente a criatividade que vai fazer isso ser mais interessante, que vai chamar mais atenção ou menos atenção.

É muito fácil ter uma marca comum, você ter um negócio normal. Então a criatividade vem justamente para quebrar essa apatia toda e se diferenciar.

________

Esperamos que tenha gostado deste conteúdo!

Estadão Blue Studio Perfil Profissional é um espaço para convidados compartilharem suas trajetórias, experiências e inspirações com o mercado. As informações e opiniões são de responsabilidade única dos autores. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.