Trends: “Sustentabilidade e impacto social são o alicerce do nosso negócio”, diz CEO da Necta, Paula Faria

Empreender sempre foi o objetivo de Paula Faria, fundadora da Necta. Antes mesmo de negócios com propósito se tornarem tendência, ela já buscava criar soluções que aliassem inovação, sustentabilidade e impacto social. Na entrevista a seguir, Paula faz um panorama da mobilidade no Brasil e no mundo e também conta um pouco sobre a trajetória de sua empresa, que promove projetos e premiações voltados ao desenvolvimento. Para ela, o diálogo entre governos, empresas e a sociedade é o melhor caminho para construir cidades mais conectadas, sustentáveis e centradas nas pessoas.

Paula Faria, CEO e Fundadora da Necta. Foto: Divulgação

1) Sempre foi seu desejo criar uma empresa com um olhar para a sustentabilidade?

Sempre quis empreender e comecei muito jovem. Sempre tive essa motivação. Antes de ser moda fazer negócios com propósito, eu já buscava algo que causasse impacto na sociedade. E a Necta é a resposta para esse meu ensejo, essa minha necessidade de transformação. É uma empresa que tem como principal pilar trabalhar com projetos em que eu consiga trazer sustentabilidade, inovação e transformação nas cidades.

2) Quais são as principais inovações da Necta?

Criamos mecanismos como o Ranking Connected Smart Cities, o selo CSC GovTech e o selo CSC, o Prêmio Parque da Mobilidade Urbana, além de outros estudos e premiações que são grandes incentivos para a inovação e para a busca de melhores práticas. Todas essas iniciativas são gratuitas, trazem muita troca de informação e geram grande reconhecimento por parte das organizações que se inscrevem e conseguem ser reconhecidas.

3) Qual foi a maior lição apreendida com esses projetos?

De como trabalhar a questão da complexidade e a interligação entre múltiplos setores. Envolvemos empresas, universidades, setor público e organizações da sociedade civil para discutir pautas importantes. Com certeza, a nossa grande lição é a importância de juntar todo esse ecossistema em prol da discussão de cidades mais inteligentes e sustentáveis.

4) Como você vê a criação de plataformas de diálogo entre empresas, governo e sociedade?

Essas plataformas são essenciais, pois promovem o diálogo e a conexão. Sem essas plataformas, sem esse espaço de colaboração, não seria possível desenvolver cidades inteligentes, porque elas partem justamente do princípio da colaboração, da discussão e da intersetorialidade. Com certeza é um grande desafio, porque cada cidade e cada setor têm suas dinâmicas e prioridades. Nós proporcionamos um espaço em que todos esses atores são protagonistas, para que possam trazer suas pautas e construir soluções de forma conjunta.

5) Como você alinha a sustentabilidade e o impacto social à sua estratégia de negócios?

Na Necta, a sustentabilidade e o impacto social não são parte do negócio. Na verdade, são o alicerce do nosso negócio. É o que nos move. Todos os nossos projetos e iniciativas foram desenhados para que essa questão fosse prioritária nas nossas discussões. Nós realmente acreditamos que não só as empresas, mas também as organizações envolvidas nos nossos projetos, têm um papel fundamental na transformação das cidades em espaços mais inteligentes, sustentáveis, resilientes e capazes de oferecer qualidade de vida às pessoas.

6) Qual o primeiro passo para uma melhor mobilidade urbana?

O ponto de partida é um planejamento integrado e centrado nas pessoas. Um planejamento que integre diferentes modais e garanta o direito de ir e vir. Um planejamento que integre o transporte público, tanto sobre pneus como sobre trilhos, que ofereça ciclovias de qualidade, segurança nas ruas, e que analise de forma crítica a ocupação do espaço urbano pelo transporte individual. É fundamental oferecer transporte público coletivo com qualidade, para que a cidade garanta o direito das pessoas de se locomover com qualidade e segurança.

7) Você tem algum lugar no mundo que te serve de inspiração?

Eu me inspiro em muitas cidades. Temos diversos modelos internacionais, como Barcelona, Copenhague e Amsterdã. Mas eu gosto muito de olhar para as nossas cidades. Aqui no Brasil há municípios realmente comprometidos com a inovação e o desenvolvimento a partir do conceito de cidades inteligentes e conectadas. Vale destacar Curitiba, São Paulo, Florianópolis, Salvador e Recife. Conseguimos observar um avanço significativo nas cidades brasileiras, e nos orgulhamos muito de participar dessa transformação.

Dê o play e inspire-se com os insights dessa conversa!

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