Entenda como o imposto do tabaco pode financiar o cuidado em câncer de pulmão

Estudo da FGVsaúde propõe uma solução para contribuir para a estruturação do rastreio e do tratamento da doença, estabelecendo uma fonte de financiamento sustentável

30 de outubro de 2025

Entenda como o imposto do tabaco pode financiar o cuidado em câncer de pulmão

Um estudo da FGVsaúde, no âmbito da iniciativa internacional PHSSR (Parceria para Sistemas de Saúde Sustentáveis e Resilientes), propõe usar parte da arrecadação de impostos sobre produtos derivados do tabaco para fortalecer políticas de prevenção, ampliar a detecção precoce e melhorar o acesso ao tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), com regras claras de governança e transparência.

“A proposta busca alinhar a tributação de produtos nocivos à saúde com o financiamento direto de programas de prevenção e cuidado”, explica Ana Maria Malik, pesquisadora da FGVsaúde e coordenadora do estudo. “Essa coerência entre instrumento e objetivo não é apenas viável, mas essencial para fortalecer o SUS e reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão no País.”

Segundo os dados, o câncer de pulmão é hoje o tumor mais letal no País. Com diagnósticos tardios e dificuldades de acesso ao cuidado adequado, cerca de 85% dos casos são descobertos já em estágios avançados, com taxa de sobrevida global de apenas 5,2% em cinco anos.

Como funciona a proposta

O relatório foi construído a partir de análise documental, 15 entrevistas com especialistas e um workshop com representantes do poder público e da sociedade civil. A partir desse processo, foram definidas três frentes de ação prioritárias: promoção da saúde e prevenção do tabagismo e nicotinismo; organização da linha de cuidado em câncer de pulmão; e governança e financiamento.

Além disso, sugere atualizar valores de pagamento de alguns procedimentos e criar mecanismos de transparência, como painéis públicos que permitam acompanhar para onde vai o dinheiro arrecadado com o Imposto Seletivo. Outra medida é a criação de fundos estaduais de saúde e o combate ao mercado ilegal, para evitar perda de arrecadação.

A AstraZeneca, apoiadora do projeto no âmbito da PHSSR, reforça a importância do estudo. “Vincular parte da arrecadação à saúde permitiria financiar continuamente ações de cessação do tabagismo, rastreamento com tomografia de baixa dose e acesso ao tratamento, com governança e transparência, afirma Marilia Gusmão, diretora executiva de Relações Corporativas da empresa.

Clique aqui para ler a matéria completa, produzida pelo Estadão Blue Studio, com patrocínio de AstraZeneca Brasil.