Banco do Nordeste usa crédito climático para acelerar transição no campo

Instituição reforça políticas socioambientais, amplia programas de crédito rural e direciona recursos à Caatinga para impulsionar uma agenda de baixo carbono no Nordeste

5 de dezembro de 2025

Banco do Nordeste usa crédito climático para acelerar transição no campo

Durante o Estadão Summit Agro, o superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Nordeste, Irenaldo Rubens Nunes Soares, explicou como a instituição combina políticas de risco, produtos de crédito e fundos ambientais na região.

“Já desde o início dos anos 2000, o banco já tinha uma unidade específica que estava preocupada não só com essa questão da responsabilidade social, mas com o aspecto ambiental também envolvido”, afirmou Soares.

Vale destacar que Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) passou a exigir que bancos incorporem riscos sociais, ambientais e climáticos na gestão dos negócios. No Banco do Nordeste, porém, o tema já amadurecia, e, agora, a instituição reforçou a governança, criou rotinas de monitoramento e passou a avaliar a exposição das carteiras a eventos extremos.

Além disso, a ideia é oferecer instrumentos de financiamento que viabilizam adequação ambiental e redução de emissões, como é o caso do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que foi redesenhado para funcionar como alavanca da transição, com produtos como o FNE Verde, voltado a projetos de baixa emissão de carbono.

Em relação à meta de recuperação do do bioma nativo do interior nordestino, o Fundo de Sustentabilidade do Banco do Nordeste destinou R$ 15 milhões a iniciativas de restauração, enquanto o programa Caatinga Viva, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reservou R$ 26,17 milhões para projetos de recomposição florestal.

Outro destaque é o projeto “Água, Semente da Vida”, no Alto Oeste potiguar, baseado em reúso de águas cinzas e quintais agroecológicos, que levou segurança hídrica a famílias rurais, diversificou a produção em pequenos lotes e fortaleceu vínculos comunitários com ações coletivas de troca de saberes.

Soares enxerga, assim, uma janela estratégica para o Nordeste, tendo em vista a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) no Brasil em novembro e o anúncio de mais R$ 50 milhões para ações na Caatinga.

“A gente acredita que tem um papel importante em disponibilizar recursos para essas oportunidades na região, principalmente nessas áreas que, uma vez recuperadas, gerarão muito mais resultado positivo do que hoje”, disse o executivo.

Na foto: Irenaldo Rubens Nunes Soares, Superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Nordeste, durante painel do Estadão Summit Agro 2025 (Crédito: Nunno Fonseca/ Estadão Blue Studio)

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