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AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 1 de dezembro de 2022
Por Agência Unico
Tecnologia facilita a realização de sorteios, mas os participantes precisam ter atenção para escapar de golpes.
As festas de final de ano prometem movimentar o comércio. Especialistas estimam um crescimento de 9% nas vendas do varejo. Nessa época, os presentes para o tradicional amigo-secreto são um empurrão a mais para alavancar os números.
Para se divertir e economizar ao mesmo tempo, muitas famílias optam pela brincadeira. Esse cenário se repete nas empresas, onde também há sorteios de brindes em algumas organizações.
Com o avanço da tecnologia, aliás, os sorteios e o amigo-secreto migram para o ambiente online, facilitando a vida de todos. Entretanto, apesar da facilidade, é sempre bom ficar atento às ferramentas de confraternização. Isso porque muitos sites ou aplicativos pedem o preenchimento de formulários que coletam um número gigantesco de informações sobre os usuários.
Mas será que é mesmo imprescindível repassar tantos dados? O recomendado é utilizar apenas o mínimo necessário para a finalidade do aplicativo escolhido para organizar a brincadeira. Por exemplo: se a ideia é sorteio do amigo-secreto, não há razão para fornecer dados bancários.
Ao preencher o questionário, adote alguns cuidados:
- Certifique-se se o seu cadastro está em ambiente virtual seguro;
- Confira se o formulário está linkado a uma plataforma idônea;
- Veja se a empresa prestadora do serviço é confiável.
- Pesquise nas redes sociais da empresa ou em sites que registram reclamações dos consumidores.
'Se pedir número de cartão de crédito para pagamentos de possíveis presentes para garantir desconto ou inserir pesquisas que ofereçam bônus, mas que abordem assuntos em desacordo com a proposta da confraternização, já é um indício de que o site está ultrapassando os limites de solicitação de dados, podendo, inclusive, o usuário correr o risco de sofrer algum tipo de espionagem', alerta o professor dos cursos da área de tecnologia do Centro Universitário FMU, Cláudio Boghi.
Segundo o especialista, esse é um problema que vem crescendo nos bastidores dos negócios. Quando isso acontece, informações de caráter sigiloso são coletadas para a obtenção de vantagens competitivas, tanto sobre a empresa, como sobre o usuário (funcionário).
'Estas informações normalmente são obtidas, principalmente, por meio de pesquisas aparentemente inocentes. Mas, posteriormente, os dados são transformados em informações para serem vendidas', diz Boghi.
Responsabilidade
A empresa ou aplicativo utilizado deve agir com responsabilidade, limitando-se ao uso dos dados necessários para realização do evento e para estabelecer uma relação com o usuário para garantir sua participação e a qualidade do serviço proposto.
'Infelizmente, algumas empresas podem, sim, criar um banco de dados e continuar utilizando-o para a manutenção do relacionamento com o usuário mesmo no pós-evento, fazendo com que ele receba ofertas de produtos e serviços. Inclusive, no ato do cadastro, o usuário pode ser induzido a autorizar isso sem dar conta, autorizando o uso de dados e de imagem, por exemplo', acrescenta o professor da FMU.
Para coibir os abusos, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) surgiu como um instrumento legal, com regras claras para proteger as informações das pessoas.
'Se não tiver nenhuma autorização e as informações forem repassadas, configura-se infração à LGPD, que é bem clara sobre o consentimento expresso para o uso dos dados', acrescenta ainda o advogado e especialista em Direito Digital, Wilson Furtado Roberto.
Prevenção
Preservar e cuidar dos dados são sinônimos de segurança. Afinal, escolher uma plataforma mais vulnerável pode resultar em invasões e vazamentos de dados.
'Fornecer dados da CNH, por exemplo, pode dar abertura até para golpes, caso sejam repassados para terceiros ou caiam nas mãos de quadrilhas ou hackers', destaca Roberto.
De acordo com o especialista, os criminosos podem, por exemplo, usar as informações para realizar empréstimos bancários, entre outras ações que envolvem fraudes de identidade. Portanto, é preciso cuidado.
Outra dica importante é estar sempre com o antivírus atualizado, tanto no computador como no celular. Além disso, desconfie de mensagens e sites desconhecidos que aparecem com ofertas relâmpago durante o cadastro ou na interação online.
'Para finalizar, a regra geral é: evite ao máximo compartilhar dados confidenciais por mensagens, e-mails ou por telefone. A desconfiança também é uma medida de segurança', finaliza Boghi.
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