Agência Minera Brasil


Brasil propõe novo modelo de financiamento climático com foco em justiça social e sustentabilidade
Warley Pereira / Agência Minera BrasilAGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 30 de maio de 2025
Durante o II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, especialistas apontam o papel estratégico do país na transição energética e no mercado global de minerais críticos

O evento reuniu lideranças políticas, empresariais e da sociedade civil no Rio de Janeiro para discutir soluções financeiras que aliem desenvolvimento sustentável, justiça social e preservação ambiental. A agenda é estratégica no caminho rumo à COP30, que será sediada em Belém (PA).
Organizado pelo Open Society Foundations, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Igarapé, Instituto AYA, Instituto Itaúsa, o Instituto Arapyaú, Instituto Clima e Sociedade, o encontro voltado para representantes do setor público, iniciativa privada, instituições financeiras, agências multilaterais, academia, organizações da sociedade civil e imprensa.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30, destacou os desafios históricos do financiamento climático e a necessidade urgente de inovação:
“Havia uma expectativa de que os fundos de clima suprissem as necessidades dos países em desenvolvimento, mas os valores nunca chegaram ao patamar esperado. Precisamos repensar como reunir os recursos necessários – esse número de 1,3 trilhão pode assustar, mas trabalhando juntos, podemos encontrar direções”, afirmou.
A dimensão geopolítica e histórica do debate também foi abordada com profundidade pela ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, que ressaltou a transformação do cenário internacional desde a Rio-92 e alertou para a necessidade de abandonar ilusões sobre consensos universais:
“O mundo hoje é fragmentado. Não é mais aquele da década de 1990, quando a democracia e o multilateralismo impulsionavam a agenda global. Estamos em um século marcado por conflitos, competição e interesses geopolíticos. Falar de sustentabilidade e produtividade agora exige outra abordagem”, afirmou, acrescentando que não acredita em consensos, mas sim em convergências de interesses em torno de causas comuns.
Do ponto de vista empresarial, Lígia Pinto, vice-presidente de Relações Institucionais da Sigma Lithium, defendeu o protagonismo brasileiro na indústria do lítio verde como uma vantagem competitiva:
“Produzimos com matriz energética limpa, auditável, sem barragens ou uso de ácido sulfúrico. Isso nunca foi feito antes. A nossa legislação ambiental e trabalhista é um diferencial, não um obstáculo”, destacou.
A executiva também ressaltou a importância das parcerias entre setor público e iniciativa privada para aproveitar uma oportunidade histórica de liderança global na cadeia de materiais para a transição energética:
“Esse é o momento de apresentar ao mundo o que estamos construindo”, afirmou.
Durante o evento, foi lançado o “Roteiro de Baku para Belém para 1,3T”, uma proposta concreta para ampliar o acesso ao financiamento climático nos países em desenvolvimento, integrando as agendas de clima e natureza.
O fórum também destacou que mais de 50% do PIB global depende de serviços ecossistêmicos, e que o sucesso das metas climáticas e de biodiversidade exige uma transformação profunda no sistema financeiro.
A poucos meses da COP30, o Brasil busca consolidar-se como referência internacional em soluções baseadas na natureza, cadeias minerais responsáveis e financiamento climático inclusivo, apresentando ao mundo um modelo possível de desenvolvimento de baixo carbono, com justiça social e responsabilidade ambiental. A segunda edição do Fórum quer consolidar as conquistas do primeiro encontro, que foi realizado em fevereiro de 2024, em São Paulo, com mais de 1.200 participantes presenciais e 1.500 online, e que resultou em um documento de recomendação entregue oficialmente ao G20. Por meio do intenso debate entre investidores, representantes de governos, líderes empresariais e especialistas do Brasil e do exterior, o FFCN firmou suas bases para ser um espaço estratégico de diálogo entre finanças, clima e natureza.
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