Projetos priorizam capacitação docente e aplicabilidade no cotidiano para reconstruir o vínculo dos alunos com a disciplina
29 de maio de 2025
O Brasil enfrenta uma crise histórica — e silenciosa — no ensino de matemática. De acordo com dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, 70% dos estudantes brasileiros de 15 anos não conseguem resolver problemas simples da disciplina. A queda de interesse também se reflete no ensino superior: o número de ingressantes em cursos de exatas caiu 23% entre 2014 e 2023, segundo o Ministério da Educação (MEC).
Para Adilson Dalben, supervisor de Projetos de Formação da Faculdade Sesi de Educação, o problema é antigo e estrutural. “A matemática escolarizada se desconectou da vida. Falta significado, protagonismo do aluno e preparo do professor para mediar esse processo”, pontua. Ele defende a reconstrução da formação inicial e a oferta de capacitações continuadas. “Ensinar matemática é ensinar a pensar. Resolver problemas é exercício de lógica, criatividade e reflexão. Mas aprender matemática tem sido sinônimo de memorização, enquanto o correto deveria ser sinônimo de resolver problemas”, diz.
Essa visão é compartilhada por Laor Fernandes de Oliveira, gerente de Projetos Educacionais do Sesi-SP. Para ele, a raiz do problema está em um modelo de ensino que ainda prioriza a repetição mecânica e reforça uma cultura do medo. A aprendizagem vem de uma mudança relativamente permanente no comportamento de um indivíduo, como resultado da experiência, destaca.
Com esse diagnóstico, o Sesi-SP elegeu a educação matemática como uma das prioridades em 2025. O programa Matemática², pós-graduação gratuita para docentes da rede pública, em parceria com o governo do Estado, por exemplo, já impactou mais de mil professores e pretende atingir 26 mil até 2034. A proposta alia teoria e prática, com foco na produção de conhecimento.
A professora Rita de Cássia da Silva, da escola Sesi de Carapicuíba, relata que a formação transformou sua prática. “Hoje escuto mais os alunos, valorizo os erros e trago a matemática para o cotidiano. O livro não pode ser mais importante do que a vida”, afirma. Para ela, o professor é essencial nesse processo. “A gente precisa se reinventar — e acreditar que eles podem aprender.”
O Sesi-SP também oferece formação a docentes da rede pública dos municípios, em parceria com as prefeituras. O programa Novo Olhar já beneficiou 145 municípios e mais de 500 mil alunos do ensino fundamental. Por meio do PCMat, professores recebem capacitação baseada em metodologias ativas, pensamento computacional e resolução de problemas. “Fazemos avaliações iniciais e finais com os alunos. O professor, por meio da reflexão sobre a prática, acaba analisando sobre o ensino e a aprendizagem”, afirma Oliveira.
Voltado aos anos iniciais, em 2024, o Programa de Alfabetização Responsável (PAR) alcançou 419 municípios. “Mostramos ao professor que é possível alfabetizar também em matemática desde o primeiro ano. O professo ré instrumentalizado de práticas e propostas de sequências didáticas, com as quais as crianças passam a compreender as ideias da adição, subtração, multiplicação e divisão desde cedo”, explica Oliveira.
Outro destaque é o Conectando Saberes, que oferecerá aulas presenciais a alunos em 14 CEUs da capital paulista. “Vamos atuar diretamente com 5 mil estudantes, especialmente em regiões periféricas. É um reforço com foco em equidade e acolhimento”, diz. Já a Robótica Educacional, presente em toda a rede Sesi-SP, promove o raciocínio lógico por meio de projetos práticos. “A ideia é trabalhar criatividade e resolução de problemas usando tecnologia, de forma integrada ao currículo escolar ”, explica.
Mais do que melhorar indicadores, os programas buscam reconstruir o vínculo entre alunos, professores e o conhecimento matemático, e, assim, formar uma nova geração de educadores e alunos que veem sentido, beleza e potência nessa disciplina. “Um país que não domina a matemática não será soberano. Conhecimento é o principal ativo. E ensinar matemática é também formar cidadãos críticos e criativos”, resume Dalben.
Ensinar matemática é ensinar a pensar. Resolver problemas é exercício de lógica, criatividade e reflexão” Adilson Dalben, supervisor de Projetos de Formação da Faculdade Sesi de Educação.
A reportagem é produzida pelo Estadão Blue Studio e apresentado por Sesi-SP.
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