O especialista aponta mudanças curriculares, equilíbrio entre tecnologia e humanização e novas competências como caminhos para preparar médicos para os desafios futuros
13 de outubro de 2025
Com o compromisso de preparar médicos para os desafios da profissão, o curso de Medicina da FAM, que recebeu uma das notas mais altas do Ministério da Educação (MEC), investe em tecnologia e inteligência artificial como ferramentas essenciais para a composição de seu currículo. Isso tudo, no entanto, sem deixar de lado a humanização do paciente.
“A humanização e a tecnologia compõem um binômio indissociável quando tratamos da assistência em saúde. No emprego otimizado deste binômio é onde está a chave da medicina do presente e do futuro: a excelência técnica aliada à sensibilidade humana”, explica o coordenador do curso, Rodrigo Guilherme Varotti Pereira, na entrevista a seguir.
Rodrigo Guilherme Varotti Pereira, coordenador do curso de Medicina da FAM. Foto: Divulgação FAM
Praticarmos um currículo que coloca o aluno no centro do processo, compreendendo que é muito mais importante a formação de competências do que a memorização fugaz de conteúdos. Isso permite ao aluno aprender a aprender, tornando-o hábil a receber, analisar e aplicar o conhecimento médico em constante renovação e atualização. Ao ser colocado no centro do processo, recebendo a melhor orientação oriunda da expertise de seus professores pautados pela evidência científica, ao aluno é permitido compreender de forma natural que em sua futura prática profissional a prioridade será seu paciente e o empenho de si e da equipe multiprofissional que juntos serão provedores da melhor assistência.
A tecnologia, citada através da inteligência artificial e seus algoritmos e da telemedicina, é e será importante e necessária ferramenta para a profissão médica e seu empenho no cuidado ao paciente. Estes recursos requerem ao alunato e ao futuro profissional médico capacitação e aptidão para atualização continuada. É de se compreender, porém, que a tecnologia nunca irá sobrepor a humanidade na assistência em saúde, já que o cuidado centrado na pessoa, na família e na comunidade, a empatia, o acolhimento e o olhar clínico não podem ser desempenhados por nenhuma tecnologia.
Sim, acredito que a educação médica no Brasil seja atualizada e caminha lado a lado com as melhores tendências e evidências mundiais. Em nosso país, temos profissionais de referência na educação médica e estudiosos atentos às melhores ferramentas disponíveis para o processo de ensino-aprendizagem, assim como às nossas necessidades nacionais e regionais.
É fato que a medicina preventiva e o cuidado com a saúde mental e do idoso são áreas em amplo crescimento, considerando as demandas sociais dos dias atuais. Compreendo que a educação médica tenha um papel essencial na formação para estes cuidados específicos, sendo, portanto, necessária a integração curricular não apenas dos saberes destas áreas, como também das habilidades e atitudes tão importantes para o desempenho profissional em suas práticas. Ao médico generalista, objeto da graduação em medicina, cabe formação para a atuação em todos os níveis da atenção, da promoção à reabilitação.
A humanização e a tecnologia compõem um binômio indissociável quando tratamos da assistência em saúde. No emprego otimizado deste binômio é em que acredito que esteja a chave da medicina do presente e do futuro: a excelência técnica aliada à sensibilidade humana.
Face aos desafios tecnológicos e sociais dos tempos atuais e objetivando a formação de competências médicas para o futuro, os currículos de graduação devem incorporar os temas tecnológicos emergentes, empregando a prática supervisionada desde o início do percurso formativo, otimizando com isso a compreensão do papel social do médico, a inclusão, a diversidade, o bem-estar e a saúde mental, a sustentabilidade, o meio ambiente e os determinantes sociais da saúde. Os currículos devem ter como premissa a transversalidade e a interdisciplinaridade, promovendo a integração entre a teoria e a prática, e cruzando saberes como a ética e as humanidades, a tecnologia, a saúde social e as políticas de saúde.
É fato que o aumento da expectativa de vida, associado às mudanças do sistema de saúde, à tecnologia aplicada, às práticas preventivas e ao aumento das doenças crônicas, resulte em mudanças das demandas sociais em saúde. Neste sentido, as especialidades médicas que tendem a se destacar nos próximos anos são: a medicina de família e comunidade, face ao seu índice de resolutividade; a geriatria, reabilitação e fisiatria, considerando o envelhecimento da população; a cardiologia, endocrinologia, nefrologia e neurologia, compreendendo o cuidado especializado nas doenças crônicas; e a oncologia e cuidados paliativos, já que risco de câncer aumenta com a idade e que com a cronicidade e a associação de múltiplas morbidades é necessário o cuidado na finitude.
Atualmente o trânsito de médicos do Brasil para outros países é comum. Em busca de novas oportunidades, muitos médicos graduados no Brasil obtêm o registro profissional na Europa, na América do Norte, na Ásia e na Austrália, passando pelas qualificações que avaliam suas competências para o exercício da medicina em terras estrangeiras.
Em minha visão, entendo que os maiores desafios da medicina dos próximos anos sejam: o desafio ético e humano diante da tecnologia; a necessidade de valorizar a empatia e o engajamento das próximas gerações, motivando-as para a importância do cuidado integral; o cuidado em saúde face ao envelhecimento e a cronicidade; o cuidado focado no bem-estar e na saúde mental; o acesso desigual aos servidos de saúde; e as emergências sanitárias que serão mais frequentes, considerando as mudanças climáticas e o aumento populacional.
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