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Como os FIDCs estão virando a chave do crédito no Brasil  —  e por que empresas e investidores devem prestar atenção – Bless Capital
Por SAFTEC DIGITAL

Como os FIDCs estão virando a chave do crédito no Brasil — e por que empresas e investidores devem prestar atenção – Bless Capital

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 10 de junho de 2025

Em 2025, o Brasil atravessa um cenário de crédito ainda marcado por juros altos, concentração bancária e dificuldades de acesso ao capital por empresas produtivas. Nesse contexto, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) emergem como uma alternativa concreta — e crescente — para transformar não só a estrutura do financiamento privado, mas também a lógica de poder sobre quem decide para onde o crédito vai.
O modelo dos FIDCs, especialmente quando estruturado dentro de ecossistemas empresariais, vem redefinindo o acesso ao crédito com mais eficiência, governança e conexão com a realidade da economia real.

O cenário: crédito caro e empresas sufocadas

Em março de 2025, o número de empresas inadimplentes no Brasil alcançou um novo recorde: 7,33 milhões de CNPJs, o equivalente a 31,9% das empresas ativas no país (Fonte: Serasa Experian). Isso reflete não apenas fragilidade financeira, mas também o modelo ineficiente de crédito disponível.
Em abril, o spread bancário total atingiu 20,2 pontos percentuais, segundo dados oficiais do Banco Central. Nas operações com empresas, a taxa média de juros do crédito livre chegou a 26,0% ao ano — um nível elevado mesmo diante da desaceleração inflacionária. Já a inadimplência no crédito livre para empresas ficou em 3,1%, com tendência de alta.
A consequência direta disso é a perda de competitividade e capacidade de crescimento para milhares de empresas, especialmente fora dos grandes centros.

FIDCs como nova engrenagem do crédito

1. Desintermediação financeira: o crédito volta para quem produz

Os FIDCs eliminam a necessidade de bancos ou financeiras como intermediários entre quem tem dinheiro e quem precisa. Isso significa que o empresário pode estruturar seu próprio fundo para antecipar recebíveis e captar recursos diretamente de investidores institucionais — com governança, transparência e eficiência.
Essa relação direta corta camadas de custos, acelera o ciclo financeiro e devolve ao empresário o controle sobre sua liquidez.

2. Autonomia com responsabilidade: o crédito decide dentro do ecossistema

Quando uma empresa estrutura seu próprio FIDC, ela não apenas financia suas vendas, mas também pode apoiar sua rede de distribuidores, varejistas ou fornecedores. O poder de decisão sobre prazos, taxas e condições deixa de estar em Brasília ou na Faria Lima — e passa a estar com quem conhece o negócio.
Com isso, o capital deixa de seguir a lógica imposta por agentes distantes e passa a responder a quem realmente conhece o seu negócio.

3. Risco mais conhecido, mais controlado

A proximidade entre cedente, sacado e gestor do FIDC reduz a assimetria de informações — um dos maiores vilões do crédito tradicional. Aqui, quem investe entende exatamente o que está financiando. E quem toma crédito conhece o gestor do fundo, suas regras e limites.
Isso torna os FIDCs mais do que uma operação de crédito — eles se tornam uma extensão financeira estratégica do negócio, com controle, transparência e alinhamento.

4. Governança com flexibilidade

Os FIDCs seguem um conjunto rigoroso de regras — conforme a Resolução CVM 175 e os códigos da ANBIMA — , garantindo segurança jurídica e previsibilidade para os investidores. Ao mesmo tempo, permitem flexibilidade para adaptar a estrutura ao negócio, com métricas próprias de risco, prazo e rentabilidade.

Como funciona na prática

Uma empresa que vende a prazo pode estruturar um FIDC para antecipar recebíveis, gerar liquidez imediata, reduzir seu custo de capital e transformar crédito concedido em ativo rentável. Para o investidor, trata-se de um instrumento com governança, subordinação e origem conhecida.
O capital gira dentro do ecossistema da empresa — mais rápido, mais barato, mais alinhado.

Efeitos na economia real: ciclo virtuoso

Juros mais baixos para as empresas – com menos intermediação, mais crédito de verdade.
Mais retorno para os investidores – com risco mensurado e governança transparente.
Mais liquidez e autonomia para quem empreende – e menos dependência de grandes bancos.
Ao permitir que o crédito seja uma ferramenta de estratégia — e não de sobrevivência — os FIDCs impulsionam empresas para uma nova fase de maturidade financeira.

Uma transformação silenciosa, mas decisiva

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios representam mais do que um produto financeiro. Eles são uma alavanca de descentralização do capital no Brasil. Um instrumento de democratização do crédito, que devolve às empresas o protagonismo sobre seu fluxo de caixa e cria oportunidades mais justas para investidores atentos ao que realmente gera valor.
À medida que FIDCs ganham escala, surgem como engrenagens de uma nova arquitetura de crédito: descentralizada, eficiente e conectada à realidade de quem empreende.
Empresas que entendem essa tendência e começam a se estruturar nesse modelo têm uma chance real de escalar com independência. E investidores que participam dessa nova engrenagem estarão posicionados num ciclo de retorno consistente — com impacto tangível na economia real.

Rafael Barbieri, CEO da Bless Capital — referência em estruturação de FIDCs empresariais com governança profissional e foco na economia real.

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