AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 23 de abril de 2025

Cresce o número de brasileiros que investem dezenas de milhares de dólares em processos de imigração que, mesmo atendendo a todos os requisitos legais, são rejeitados de forma arbitrária por oficiais do USCIS.
Nos últimos anos, o visto EB-2 NIW (National Interest Waiver) ganhou popularidade entre profissionais brasileiros altamente qualificados. A promessa é sedutora: obtenção do green card sem a necessidade de oferta de trabalho nos Estados Unidos, desde que o candidato comprove qualificação excepcional e impacto em área de interesse nacional.
Na teoria, é uma alternativa legal e nobre. Na prática, tem se tornado uma armadilha.
“Preenchi todos os requisitos com sobra, duas vezes. E fui negado duas vezes. Na última, o parecer sequer se referia ao meu caso: me chamaram de mulher e citaram argumentos de outro processo. Foi como se nem tivessem lido minha documentação.” – relata J. L., advogado brasileiro que buscava residência legal nos EUA por meio do EB-2 NIW.
O problema começa no órgão responsável pelo julgamento das petições: o USCIS (Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA). Ao contrário do que muitos pensam, não são juízes togados que analisam os pedidos. São oficiais administrativos – muitas vezes sem formação jurídica – com poder absoluto de decisão e sem necessidade de justificar tecnicamente uma negativa.
“Esses oficiais têm discricionariedade total e não prestam contas a ninguém. Negam com base em critérios subjetivos, e o peticionário fica sem recurso prático efetivo.”
Dados do próprio USCIS indicam que a taxa de aprovação do visto EB-2 NIW nos últimos cinco anos tem oscilado entre 50% e 75%, dependendo do centro de processamento. No entanto, especialistas apontam que muitos pedidos aprovados são oriundos de profissionais norte-americanos ou de áreas tradicionalmente favorecidas, como ciência aplicada e tecnologia de ponta. Casos de profissionais estrangeiros da área jurídica, por exemplo, enfrentam negativas recorrentes, mesmo com dossiês robustos.
O mais preocupante: muitos advogados de imigração – principalmente aqueles que atuam junto a brasileiros – omitem esse fato de seus clientes. Em vez disso, garantem que o candidato “é elegível”, “tem perfil forte” e que “as chances são altas”, sempre com a intenção de assegurar contratos que podem chegar a US$ 40 mil dólares, somando honorários e taxas de petição, recursos e traduções juramentadas.
“O golpe é sutil, mas cruel. O advogado mostra a lei, os requisitos, e diz que você preenche tudo com sobra. Mas não conta que o julgamento é feito por alguém sem obrigação de seguir critérios objetivos. E que mesmo os melhores perfis são rejeitados arbitrariamente.”
Casos como o de J.L. se multiplicam. Grupos em redes sociais e fóruns especializados relatam frustrações semelhantes: anos de preparação, milhares de dólares investidos e o sonho frustrado por uma decisão unilateral, muitas vezes incoerente.

ALERTA AOS BRASILEIROS

É fundamental que brasileiros interessados nesse tipo de visto estejam plenamente cientes de que:
1 – O julgamento do EB-2 NIW é feito por funcionários do USCIS, não por juízes;
2 – A decisão é totalmente discricionária e pode ignorar os méritos do caso;
3 – Muitos advogados “vendem” o sonho apenas para garantir honorários, omitindo os reais riscos do processo;
4 – Não há garantia de aprovação, por mais completo que seja o dossiê.
“É hora de abrir os olhos da nossa comunidade. Fui uma vítima, e não desejo que outros passem pela mesma armadilha.” – conclui J.L.

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