Pesquisa realizada nos EUA pelo MUSC Hollings Cancer Center recrutou 638 adultos fumantes

CHARLESTON, Carolina do Sul, 8 de novembro de 2023 /PRNewswire/ — Os cigarros eletrônicos podem ser utilizados por quem deseja parar de fumar, conforme estudo divulgado por pesquisadores do MUSC Hollings Cancer Center, da Carolina do Sul. O maior ensaio sobre cigarros eletrônicos dos Estados Unidos mostrou que o uso dos dispositivos incentivou as pessoas a deixarem de fumar – mesmo os participantes que afirmaram que não tinham essa intenção. Os resultados foram publicados na eClinical Medicine, em setembro deste ano.

O estudo recrutou 638 adultos fumantes e os separou em dois grupos. Um deles recebeu cigarros eletrônicos durante quatro semanas e o outro não recebeu suprimentos. Os participantes tinham mais de 21 anos e cumpriram critérios de elegibilidade como fumar mais de cinco cigarros por dia por um ano e não utilizar nenhuma medicação para parar de fumar. A inclusão foi restrita aos participantes com mínimo uso dos dispositivos, como não ter comprado ou utilizado até seis meses antes da participação.

Como resultados, as pessoas do grupo que receberam cigarro eletrônico foram mais propensas a relatar abstinência completa de cigarros convencionais. Elas também relataram que reduziram o número de cigarros que fumavam por dia e o número de “tentativas de parar” com outros métodos; uma métrica importante porque as pessoas geralmente precisam de várias tentativas antes de conseguirem parar.

Países como o Reino Unido já adotam o cigarro eletrônico como um método de redução de danos à saúde para adultos que fumam. Em abril, a Inglaterra anunciou o programa “Swap to Stop” (Trocar para parar) que distribuirá kits de vaporização a 1 milhão de pessoas que fumam. Para o médico Renato Veras, a pesquisa é relevante no que diz respeito à aplicação de métodos eficazes para auxiliar adultos fumantes que desejam parar de fumar. “O estudo comprova a eficácia dos dispositivos como medida de redução de danos e como ferramenta na luta contra o tabagismo”.

No Brasil, a venda, a importação e a publicidade dos cigarros eletrônicos são proibidas desde 2009 pela Anvisa. Mas, isso não impede o consumo: dados do Ipec 2022 mostram que existem 2,2 milhões de consumidores regulares no país. O processo de regulamentação está em discussão na Anvisa, que prevê iniciar a consulta pública até o final deste ano.

FONTE MUSC Hollings Cancer Center