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Vale a pena trocar seus dados por descontos e brindes?
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Vale a pena trocar seus dados por descontos e brindes?

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AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 26 de janeiro de 2023

Por Agência Unico

Com a LGPD, os consumidores têm o poder para avaliar e entregar as informações solicitadas apenas para as empresas desejadas

Quem nunca informou seus dados para ter acesso a determinadas ofertas ou promoções em lojas e, até mesmo, em sites desconhecidos? E, quando se deu conta, a caixa do e-mail estava lotada de mensagens ou acabou recebendo uma enxurrada de ligações no número informado em um ‘inocente’ cadastro. Muitas empresas, claro, são responsáveis e atuam de acordo com a lei. Entretanto, algumas acabam explorando as informações recebidas de forma errada, causando problemas como o mencionado.

A estudante Gabriella Paulo, 17 anos, por exemplo, pediu para a mãe comprar um curso online de yoga. A oferta escolhida seria uma degustação de um mês. Após fechar a contratação, descobriu que os dados ficaram vinculados a um pacote anual.

“Fiquei chocada. Eles usaram meus dados para algo que não estava informado no anúncio do Instagram. Eu li o texto e fiz uma escolha. Não era valor para pagamento mensal que estava escrito. Era para um mês de teste. Tive uma dor de cabeça para fazer o cancelamento, sem contar o tempo que gastei”.

Trocar dados por ofertas duvidosas, sair preenchendo cadastros sem saber exatamente quem é o destinatário ou mesmo para obter descontos. Está se reconhecendo? Se você já informou dados pessoais sem pensar muito ou até compartilhou uma localização, é bom rever seus hábitos.

No sábado (28), comemora-se o Dia Internacional de Proteção de Dados. Que tal aproveitar a data e começar a pensar duas vezes antes de repassar informações pessoais em troca de um brinde?

Finalidade e relevância dos dados

Primeiro, é importante saber: além do seu CPF ou RG, as informações pessoais que você deixa pelo caminho dizem quem você é, por onde circula e até como se comporta, ou seja, são dados que contam a sua história. Por isso, tem muita gente de olho neles.

“Os dados pessoais são ferramentas para que as empresas possam identificar seus clientes. Isso permite que elas ofereçam produtos direcionados para a necessidade e momento de cada cliente. Ao mesmo tempo, as empresas acompanham o progresso do relacionamento com esse cliente, oferecendo benefícios como programas de incentivo”, explica o especialista em negócios digitais, marketing, inteligência competitiva e metaverso, Kenneth Corrêa.

Corrêa também comenta que, segundo inúmeros varejistas, os clientes identificados – que fornecem seus dados de contato – gastam em compras de produtos e serviços, em média, de duas a três vezes mais ao ano que os clientes não-identificados. Além disso, os descontos funcionam como uma relação de troca entre as partes.

Uma maneira de coletar dados também ocorre por meio de cookies, informa o Professor Doutor em Direito Digital da Universidade São Judas Tadeu, Orlando Sbrana. “Toda vez que ingressamos em um site ou um aplicativo, uma série de arquivos são baixados em nossos dispositivos. Eles são responsáveis por coletar informações sobre nossas atividades online e enviá-las ao detentor da página ou do app. Após a coleta desses dados, eles são tratados com o intuito de fornecer informações preciosas ao interessado, geralmente vinculadas ao seu ramo de atividade”.

Os dados também podem ser utilizados para a fidelização de clientes, comunicação por e-mail, telefone, WhatsApp ou ainda para a ofertas de produtos e serviços personalizados.

Perigo

Mas, claro, tem um lado B em toda essa história. Aqui, entram em cena as empresas que usam os dados do consumidor para entrar em contato com o cliente o tempo todo. Sim, suas informações se transformam naquele spam que não sai da sua vida. Ou ainda pior, comercializam os dados com outras empresas que fazem o mesmo.

Com o mundo cada vez mais digital, e ainda algumas empresas que não se adequaram à LGPD, uma pessoa mal-intencionada pode utilizar as informações coletadas para diversas ações, avisa o especialista.

“Pelo lado negativo, pode ocorrer a abertura de conta em bancos digitais, pedindo empréstimos, recebendo o cartão e sacando dinheiro em seu nome. Ou a tentativa de obter acesso à sua linha telefônica, conta bancária e outros serviços nos quais ela possa validar alguns dados pessoais para se passar como você. Acontecem, ainda, compras de produtos em lojas virtuais utilizando seus dados pessoais, entre outros”, alerta Corrêa.

Mas como fazer quando você não desejar transmitir determinadas informações em situações como, por exemplo, a compra de um medicamento em uma farmácia ou outro estabelecimento? É possível dizer um grande e sonoro “não” quando alguém pedir que preencha um cadastro ou apenas informe o CPF para um descontinho?

“Do ponto de vista da legislação brasileira, o consumidor tem o direito de não se identificar para realizar uma compra presencial. Mas não pode fazer o mesmo em uma compra online, por exemplo. Ao mesmo tempo, a empresa não tem a obrigação de oferecer o conteúdo ou desconto caso o usuário não queira se identificar, já que é uma relação de troca legítima”, finaliza Corrêa.

Dessa forma, é possível dizer que a legislação entregou ao consumidor os poderes de onde e como utilizar os seus dados pessoais. Portanto, é possível evitar a entrega das informações quando não desejar. Em contrapartida, isso traz a responsabilidade de saber como manter um bom relacionamento com as marcas que realmente importam, em busca de um atendimento cada vez mais personalizado e apropriado.

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