Proteção da identidade digital em situações de crises climáticas é destaque no SXSW 2025
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 7 de março de 2025
Especialistas brasileiras sobem ao palco do evento global para apresentar como a biometria facial pode ser usada para prevenir fraudes e golpes durante desastres ambientais, como na tragédia, que aconteceu em 2024, no Rio Grande do Sul
No ano em que o Brasil recebe a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o South by Southwest – SXSW, um dos maiores eventos globais de inovação e tecnologia, que acontece anualmente nos Estados Unidos,traz para o centro dos debates a importância de proteger a identidade digital quando desastres ambientais acontecem.
No dia 8 de março, em Austin, no Texas, o SXSW receberá a brasileira Yasodara Cordova, consultora de Privacidade e Identidade Digital da Unico, empresa líder em soluções para validação de identidade, e Fabíola Maurice, líder de comunidades do Guardian Project, especializada em treinamento de segurança digital em situações de risco. Elas abordarão os desafios impostos pelos desastres ambientais, que têm sido cada vez mais frequentes, e não apenas destroem a infraestrutura física, como também abrem portas para a exploração digital. De forma inédita, elas exemplificarão como os golpistas aproveitam globalmente as vulnerabilidades durante as crises climáticas para fazer novas vítimas e aplicar golpes financeiros, desviar verbas sociais de fundos de emergência, entre outras fraudes. Yasodara também dará dicas de medidas que as empresas, os governos e as pessoas devem tomar para proteger as identidades digitais, garantindo que não aconteçam crises digitais, além dos desastres ambientais e sociais.
Suporte da tecnologia em desastres ambientais
Só em 2024, por exemplo, houve um recorde no país de alertas de desastres naturais emitidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com 3.620 notificações. Além disso, 1.690 eventos foram registrados no ano passado, terceiro maior registro desde o início da série histórica, em 2011. Na tragédia do Rio Grande do Sul, por exemplo, mais de 400 cidades e bairros inteiros ficaram submersos, quase 200 mortes foram registradas, além de milhares de desabrigados. Nesse contexto, o desespero era frequente, e as pessoas tentavam de tudo para localizar seus familiares desaparecidos. Infelizmente, essa vulnerabilidade da população também abriu portas para ataques de golpistas digitais.
O trabalho voluntário encabeçado pela empresa DEVESCH,criadora do PetMapa,um sistema que usa inteligência artificial para facilitar que tutores encontrem animais desaparecidos, reuniu cerca de 40 profissionais das áreas de tecnologia, comunicação, publicidade, entre outras, durante a tragédia no Rio Grande do Sul. O grupo uniu suas expertises para desenvolver, rapidamente, outro sistema temporário, com o objetivo de auxiliar na localização de pessoas desaparecidas. A iniciativa contribuiu com os esforços de órgãos oficiais, como a Polícia Civil e o Ministério Público, e com a população. “Muitas pessoas resgatadas seguiam para diferentes abrigos e ficavam sem comunicação, pois tinham perdido o celular ou estavam sem bateria. Era muita informação vindo de lugares diferentes. Com isso, decidimos pivotar e conseguimos com a ajuda da biometria facial”, ressalta Leonardo Schenkel, fundador da PetMapa.
Até mesmo pelos problemas de infraestrutura causados pela tragédia, a coleta das informações exigiu um grande empenho da equipe. “Os dados estavam vindo direto do papel e caneta, pois muitas vezes, não tinha nem luz nos abrigos. Foi aí que criamos uma espécie de grupo colaborativo de dados”, disse.
A criação rápida dessa estrutura, porém, gerou uma preocupação: a segurança dos dados armazenados. Para evitar acessos indesejados às informações, a equipe conseguiu a ajuda da Unico, líder na validação de identidade por meio da biometria facial. “Por segurança, a cada 24 horas, a gente confirmava quem é que estava usando o sistema”, destacou.
Como funciona?
Em linhas gerais, as pessoas que acessam o banco de dados para localizar desaparecidos precisam fazer um cadastro, que utiliza a biometria facial para validar a identidade.
Esse processo contribuiu para a rápida localização das pessoas e, ao mesmo tempo, trouxe segurança para quem estava nos abrigos. “Foram inúmeras as vantagens. Com a biometria facial foi possível saber se uma determinada pessoa que estava acessando o banco de dados era, por exemplo, um agente da lei fazendo o seu trabalho, ou um marido agressor em busca da esposa que tinha uma medida protetiva”, explicou.
“Acredito que nenhum Estado estava preparado para a catástrofe que aconteceu no Rio Grande do Sul, no sentido de deixar tudo organizado como fizemos. Então, eu acredito que foi fundamental essa garantia de que a gente estava compartilhando dados com as pessoas devidas, sem criar brechas para novos problemas”, finalizou.
O trabalho voluntário realizado durante a tragédia do Rio Grande do Sul é apenas um exemplo da importância de tecnologias de identificação que sejam seguras e assertivas para proteger os dados da população em situações de tragédias ambientais. Essas e outras ferramentas que podem ajudar a prevenir fraudes de identidade e prejuízos financeiros serão discutidas pela Unico, no South by Southwest 2025.
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