Pré-COP30 em Brasília reforça papel das empresas na implementação de soluções sustentáveis
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 15 de outubro de 2025
Setor privado defende integração de ecossistemas e ações mensuráveis e apresenta boas práticas em economia circular e diálogo social
Por Warley Pereira
Brasília foi palco do encontro “Na linha de frente da implementação: soluções empresariais sustentáveis”, promovido pela Amcham Brasil, como evento Pré-COP 30, que marcou o lançamento da 5ª edição do Brasil Pelo Meio Ambiente, iniciativa criada em 2021 para identificar e dar visibilidade a projetos empresariais de sustentabilidade ambiental no país.
O encontro reuniu autoridades governamentais, enviados especiais da COP e executivos de grandes companhias — como Suzano, Mosaic, PLS, Natura e Neoenergia — o debate enfatizou que o desafio climático global deixou de ser uma pauta de compromisso futuro para se tornar uma agenda de implementação imediata, exigindo métricas claras, coerência entre discurso e prática, e projetos capazes de gerar resultados verificáveis.
“O setor empresarial brasileiro tem feito sua parte para o cumprimento de compromissos climáticos”, diz Fabrizio Panzini
A Amcham Brasil apresentou como o setor empresarial brasileiro já está fazendo a sua parte. Por meio da plataforma de soluções sustentáveis, a Amcham apresentou a consolidação de 316 projetos ambientais de 209 empresas em áreas como tratamento de resíduos, eficiência energética e preservação de florestas.
“O futuro não é prometer 2050, é demonstrar o agora”, diz Marcelo Behar
O enviado especial da COP30 para Bioeconomia, Marcelo Behar, destacou que o avanço real na corrida pela descarbonização virá das empresas que transformarem metas em trajetórias mensuráveis.
“O futuro não é dizer que seremos net zero em 2050, mas demonstrar, biênio a biênio, quanto e como estamos reduzindo agora. Cada novo projeto precisa representar um passo concreto de regeneração da natureza — e não repetir promessas distantes”, afirmou Behar.
Segundo ele, a COP30 será o palco para medir quem está realmente alinhado ao Global Stocktake e às NDCs, exigindo transparência, coerência e resultados progressivos.

O enviado especial da COP30 para Florestas, Beto Veríssimo, reforçou que o Brasil tem um papel central na agenda global de descarbonização, mas precisa eliminar de vez o desmatamento para consolidar sua credibilidade internacional.
“O Brasil só cumprirá suas metas climáticas se acabar com o desmatamento — uma atividade desnecessária para a economia, que alimenta o crime organizado e ameaça à segurança nacional. Natureza é economia. Floresta é infraestrutura”, afirmou.
Veríssimo lembrou que cerca de 90% do agro brasileiro depende das chuvas regulares e que a perda de cobertura florestal representa um risco direto à segurança energética e alimentar do país.
Setor privado defende integração de ecossistemas e ações mensuráveis
Paulo Dallari, diretor de Reputação da Natura, afirmou que a sustentabilidade precisa estar no centro do modelo de negócio, e não à margem.
“Não existe separação entre negócio e impacto socioambiental. Se estiver dissociado, é o primeiro a ser cortado em tempos de crise. O caminho é pensar em ecossistemas integrados — ambientais, sociais, econômicos e financeiros — que gerem valor e impacto positivo”, destacou.
Na mesma linha, Marina Grossi, presidente do CEBDS, ressaltou que o grande desafio é transformar compromissos climáticos em ações concretas e financiáveis.
“A pré-COP em Brasília vem justamente para alinhar iniciativas dispersas e construir uma plataforma de governança coesa. O setor privado tem papel essencial em mostrar que a transição já está em curso, com projetos reais, impactos mensuráveis e inovação”, disse.
PLS apresenta boas práticas em economia circular e diálogo social
Entre os cases empresariais apresentados, Marisa Cesar, diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da PLS, destacou as práticas da companhia no Projeto Colina, em Minas Gerais.
“Nossa atuação combina tecnologia, impacto social e governança ambiental em uma estratégia integrada. Adotamos práticas de gestão hídrica adaptativa, tecnologias de baixo impacto e ações de economia circular, como a doação de área para construção de aterro sanitário e a desativação de lixões”, relatou.

“Conduzimos uma consulta livre e prévia e informada voluntária junto à comunidade tradicional
quilombola da região, reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, mas ainda sem território delimitado pelo Incra, garantindo diálogo transparente e participação social efetiva”, completou.

A secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Júlia Cruz, destacou que o grande desafio após a COP será transformar compromissos multilaterais em políticas públicas concretas.
“Estados, empresas e governos locais precisam transformar compromissos em ações efetivas, adotando novas práticas e visões sobre desenvolvimento. O futuro sustentável deve unir crescimento econômico, proteção ambiental e justiça social”, afirmou.
O evento Amcham Brasil, consolidou a percepção de que o Brasil está no centro da nova geopolítica do clima, combinando floresta, bioeconomia, agricultura sustentável e inovação empresarial. A missão, agora, é mostrar na COP30, em Belém, que o país é capaz de liderar pelo exemplo — com projetos, dados e resultados que comprovem sua vocação para uma economia de baixo carbono.
A OESP não é responsável por erros, incorreções, atrasos ou quaisquer decisões tomadas por seus clientes com base nos Conteúdos ora disponibilizados, bem como tais Conteúdos não representam a opinião da OESP e são de inteira responsabilidade da Agência Minera Brasil.