Bacia do Rio Doce avança rumo à universalização do saneamento básico
Serão destinados R$ 11 bilhões a obras na região, localizada ao longo dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo
19 de março de 2025
O Censo de 2022 mostra que o Brasil ainda está longe de universalizar o saneamento básico – algo essencial para o desenvolvimento de um país. Isso porque, segundo os dados, 49 milhões de brasileiros – 24% da população – vivem em domicílios em que os dejetos são depositados em fossas ou enviados sem tratamento para rios ou para o mar.
Já o DataSUS, plataforma de estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS), mostra que mais de 190 mil internações e 2,3 mil mortes anuais decorrem diretamente da falta de saneamento adequado.
Para mudar esta realidade, serão investidos R$ 11 bilhões na Bacia do Rio Doce, localizada ao longo dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O valor faz parte do acordo de R$ 170 bilhões assinado entre o governo federal, os governos dos dois Estados, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e as empresas Samarco, Vale e BHP.
O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 6 de novembro de 2024 e envolve ações de recuperação e melhorias de infraestrutura na área atingida pelo rompimento da Barragem do Fundão, da Samarco, em 2015.
“Entendemos que, para que o processo de reparação fosse integral, seria necessário dar atenção ao saneamento, um problema antigo e crônico da região”, diz Guilherme Tangari, head de Sustentabilidade da BHP Brasil, uma das acionistas da Samarco.
Ele ressalta que o processo de reparação inclui ações complementares aos danos causados estritamente pelo rompimento, como é o caso dos investimentos em saneamento. “Além de limpar o rio, que sofria historicamente com problemas de poluição decorrentes da falta de tratamento do esgoto, as ações proporcionam qualidade de vida para a população e desafogam o sistema de saúde.”
O monitoramento do Rio Doce permanecerá sob responsabilidade da Samarco pelos próximos 15 anos. Desde o rompimento da barragem, os 83 pontos ativos de monitoramento geraram mais de 1,5 milhão de dados anuais, que contribuem para a construção de políticas públicas na região. Os dados estão disponibilizados no site monitoramentoriodoce.org.
Clique aqui para ler a matéria completa, produzida pelo Estadão Blue Studio, com patrocínio de BHP.
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