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Sua empresa e o tempo – a arte de envelhecer bem
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 8 de março de 2023
Wilson Medeiros
"Envelhecer é como velejar, você não pode parar o vento, mas pode direcionar a vela para que o vento seja favorável"
A longevidade dos negócios é a ambição de muitas empresas. Em meio a diferentes quadros econômicos, desafios de gestão e demandas individuais, a maioria passa por inúmeras provações para se manter de pé. Por essa razão, não costuma ser extensa a lista de empresas centenárias que conseguem a proeza de conservar o tônus muscular e se adaptar às demandas dos novos tempos.
Pensando no tema "amadurecer e envelhecer", voltado aos negócios, me ocorreu a analogia com o universo dos vinhos, tema que abordei recentemente no artigo Terroir Corporativo, publicado na revista RHpravocê. É comum a crença de que os vinhos antigos são superiores aos jovens. Mas nem sempre é assim. Como apreciador, posso dizer que nem todo vinho velho é bom. Mas quando o vinho é de boa qualidade, o envelhecimento o favorece. Igualmente vale para as empresas.
Da mesma forma que a ação do tempo faz com que os vinhos se tornem memoráveis, ela pode agregar valor a uma empresa que saiba aproveitar sua experiência para manter-se atual. A placa "Desde ", com uma data de quatro dígitos indicando a fundação de um restaurante, por exemplo, agrega credibilidade. Denota que aquele negócio enfrentou os desafios do tempo e segue firme, entregando não apenas um produto, mas experiência e tradição.
Amadurecer e envelhecer são processos que acontecem com todas as pessoas – e com as empresas – mas que têm diferenças fundamentais. Comparar o universo pessoal ao corporativo pode ajudar a entender as diferenças de um e outro: amadurecer é uma dinâmica interna, de maturidade emocional, onde se adquire compreensão e sabedoria, enquanto o envelhecimento é um processo que se revela nas mudanças físicas, no desgaste das ideias – como é o caso de quem “para no tempo" e deixa de evoluir.
Manter uma empresa funcionando, portanto, é algo bem mais complexo do que iniciar a operação. Não à toa que, de acordo com o IBGE, muitas fecham as portas 3 anos após a estreia, grande parte pela falta de boa gestão. Se as pessoas evoluem, as corporações também precisam se renovar. Quantas marcas conseguem se reinventar e melhorar seu desempenho ainda mais do que antes?
A importância de amadurecer é imensurável, pois ajuda a ter uma visão mais clara sobre o que de fato importa. Por outro lado, o envelhecimento – inevitável – é a chance de aproveitar a sabedoria adquirida para manter bons hábitos e ser uma fonte de inspiração para as gerações mais jovens.
Por conta disso, as companhias que conseguem atravessar décadas – e até mais de um século – são exemplos de marcas valiosas. Alguns exemplos são Coca-Cola, Disney, IBM, entre outras contemporâneas como Apple e Nike, além de marcas brasileiras como Alpargatas, Tramontina e Granado.
Preservar o DNA de sua criação, mantendo uma proposta inovadora, parece ser um dos segredos da longevidade, tomando como exemplo a botica Granado – "Desde 1870". "A gente busca renovar os produtos e as lojas, procurando manter a essência da marca e o orgulho da nossa história, que caminha com a história do Brasil", diz Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas, ao explicar (no blog da Granado) o processo de repaginação da empresa, que ocorreu a partir de 1994, com a chegada do CEO Christopher Freeman. Antes deste reposicionamento, o faturamento anual era de R $8 milhões. Hoje, a Granado fatura em torno de R $800 milhões/ano.
"Envelhecer é como velejar, você não pode parar o vento, mas pode direcionar a vela para que o vento seja favorável". A frase de uma professora de piano que viveu 103 anos, Aldemita Vaz de Oliveira, pode ilustrar o segredo da Granado e de outras empresas que deram uma boa resposta ao tempo.
Seja por ter apresentado uma inovação ou por uma gestão resiliente, o que importa são suas ações na linha do tempo da evolução – e isso independe do porte das empresas. Para resumir, amadurecer e envelhecer são processos complementares, onde o primeiro o ajuda a enfrentar as mudanças trazidas pelo segundo. É assim que se fazem os vinhos – e as empresas – memoráveis. Usando o tempo a favor.
Wilson Medeiros
Chief Growth Officer, Brasil
BRITech – Wealthtech
11 98439 7810
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