Reunião anual co-organizada pela IFF insta à reforma das organizações multilaterais para melhor enfrentar os desafios globais

Distintos painelistas da reunião, que lideraram ou foram ex-líderes nos BMD, incluindo o FMI e o Banco Mundial, apelaram ao fortalecimento da cooperação internacional, a fim de resolver desafios globais, incluindo a crise climática, a desigualdade global e a pobreza.

A diretora executiva do FMI, Kristalina Georgieva, que abriu o painel de discussão, disse que o mundo precisa se unir para resolver os desafios globais, “caso contrário, estaremos em apuros”.

Ela enfatizou a necessidade de unir o Norte Global e o Sul Global num mundo em rápido envelhecimento, onde a África será o único continente que terá dividendos demográficos num futuro próximo.

Masood Ahmed, membro do Comité Consultivo do IFF, presidente do Centro para o Desenvolvimento Global (CGD), apelou para abordagens práticas à fim de resolver desafios globais comuns, reconhecendo ao mesmo tempo a tensão geopolítica.

“Precisamos iniciar a cooperação onde for necessário, incluindo a crise climática e a pandemia.” disse Ahmed.

Apesar do risco crescente de fragmentação, o multilateralismo ainda funciona e é a melhor forma de resolver os desafios globais, disse Bo Li, Diretor Executivo Adjunto do FMI.

Li acredita que fortalecer os BMDs existentes é mais prático do que um projeto totalmente novo.”Corremos o risco de perder a confiança se não nos adaptarmos e fortalecermos”, disse Li.

Axel Weber, membro do conselho do IFF e presidente do Centro de Estudos Financeiros da Universidade Goethe, acredita que as instituições internacionais devem adaptar-se e mudar organicamente para enfrentar os desafios globais.

Weber sugeriu que os BMDs como o FMI deveriam estabelecer “direitos de saque climático” para destinar fundos aos países vulneráveis para enfrentarem a crise climática. Da mesma forma, ele argumentou que o Banco Mundial deveria estabelecer um “capital climático” para ajudar os países vulneráveis ao clima.

O financiamento é fundamental para resolver problemas globais. Os palestrantes presentes na sessão consideram que o reforço dos papéis dos BMDs ajudará a encontrar a vontade política para resolver questões de financiamento.

“Precisamos de líderes políticos globais que estejam dispostos a investir e resolver questões climáticas”, disse Dany Alexander, vice-presidente de Política e Estratégia do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB).

Ahmed, da CGD, considera que o fortalecimento dos BMDs como o FMI é factível. “Ainda não atingimos o ponto crítico em que os políticos sentem que têm de agir. Até chegarmos a esse ponto, o financiamento virá de forma fragmentada.”

Weber argumentou que serão necessários 120 trilhões de dólares em investimento global para cumprir as metas climáticas até 2050, o que exigiria a angariação de fundos de países maduros.

Weber pensa que a aglomeração no setor privado não deveria ter um custo maior para o setor público.

Vera Songwe, membro do conselho do IFF, presidente e fundadora do Mecanismo de Liquidez e Sustentabilidade, considera que as regras sobre o quadro da dívida devem ser alteradas para um melhor financiamento.

Ela também pediu financiamento do setor privado, o que “mudará o jogo”.

O painel de discussão foi co-organizado pelo IFF, pelo Comité de Bretton Woods e pelo Centro para o Desenvolvimento Global, e moderado por Martin Wolf, comentador-chefe de economia do Financial Times.

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FONTE The International Finance Forum (IFF)