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Desrespeito aos direitos humanos e homofobia reforçam a intolerância no Catar
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 30 de novembro de 2022
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Desrespeito aos direitos humanos e homofobia reforçam a intolerância no Catar
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SÃO PAULO, 30 de novembro de 2022
SÃO PAULO, 30 de novembro de 2022 /PRNewswire/ — O preconceito no mundo dos esportes escancara, de tempos em tempos, a discriminação racial, social, étnica e de gênero nos gramados, nas quadras e nas competições brasileiras e em outros países. No Catar, o evento esportivo mais grandioso do planeta começou com inúmeras atitudes e situações em que os cidadãos são colocados frente a frente com pensamentos e atitudes de intolerância.
As polêmicas envolvendo o país árabe, escolhido como país-sede há dez anos, começaram bem antes da bola rolar em campo. A exemplo das críticas ao governo não democrático, leis que desrespeitam os direitos humanos, homofobia e operários trabalhando em condições análogas à escravidão nas construções para o evento.
Os exemplos de intolerância e discriminação alternam locais e personagens, vítimas, acima de tudo, da incompreensão e do desrespeito pelo ser humano. No Catar, em meio às restrições contra cidadãos da comunidade LGBTQIA+, os jogadores planejavam usar uma braçadeira com a mensagem “One Love” e as cores do arco íris. A resposta da Federação Internacional de Futebol (FIFA) veio em duas cores: no verde, em alusão a punições financeiras e no cartão amarelo para os capitães que entrarem em campo com o símbolo.
Até as cores da bandeira de Pernambuco já foram alvo de polêmica. O jornalista Victor Pereira, da TV Nova (afiliada da TV Cultura no estado), postou em rede social que foi abordado por pessoas que se identificaram como policiais, que confundiram a bandeira do estado com a da causa LGBTQIA+, símbolo proibido no país, onde ser homossexual é ilegal e passível de prisão.
Tratar o preconceito com a devida importância e clareza não deve se restringir ao futebol (paixão nacional) e às atitudes de intolerância que estão ocorrendo no Catar, mas sim incluir os atletas profissionais das mais variadas modalidades. “Mais do que nunca, nossos olhares e corações devem estar ligados nas telinhas e nos bastidores das competições, nas dinâmicas de comportamento, relacionamento e posicionamento dos atletas, de seus colegas, dos times, das confederações, das federações, das marcas patrocinadoras e, claro, da própria sociedade”, ressalta a executiva de Marketing e RH da Finplace, Patricia Rechtman.
Qual a relevância da raça, da etnia, da origem social e do gênero em dribles bem-feitos, gols incríveis, fintas espetaculares, saques perfeitos, movimentos acrobáticos, arremessos poderosos e cestas que desafiam a gravidade? Na copa, em jogos olímpicos e em outras competições, os atletas almejam resultado, vitória, espírito de equipe. Ao público, e também a eles, cabe a emoção, a surpresa, o deslumbramento frente ao desempenho.
Para lidar com situações de preconceito durante a copa, a FIFA estabeleceu multa de 20 mil francos suíços, entre outras penalidades, para associações que cometerem atos discriminatórios. Infelizmente, o que vem sendo acompanhado por milhões de pessoas em todo o mundo é que a própria entidade está endossando a discriminação.
No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criou uma comissão de combate ao racismo e violência, formada por 46 membros, que representam mais de 30 entidades, entre elas a própria FIFA, a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), as federações estaduais, os clubes e o Ministério Público. A representação dos atletas fica a cargo do ex-goleiro Aranha, vítima de preconceito durante a carreira e que se tornou ativista na luta contra o racismo.
E antes mesmo de decidir os países anfitriões de futuras edições das olimpíadas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou que os direitos humanos serão levados em conta nos processos relacionados à administração, cadeia de suprimentos da entidade, representação de atletas e esporte seguro e inclusivo. Rechtman lembra que o exemplo do COI poderia ter sido seguido pela FIFA ao avaliar candidaturas de países como o Catar.
Apesar de iniciativas importantes, os retrocessos persistem. A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou que mulheres transgênero, que fizeram transição após os 12 anos de idade (puberdade masculina), não podem participar de competições internacionais. “Essa regra transfóbica é bastante preocupante. O debate sobre essa questão permeia questões científicas e a desconstrução de um preconceito secular pautado na binaridade”, pontua a executiva.
Em relação à ciência, a alegação é de que os fatores biológicos e a socialização por gênero masculino, durante boa parte da vida, daria vantagem fisiológica a atletas trans e, por isso, seria prejudicial ao esporte feminino. A respeito do aspecto da binaridade, a divisão entre masculino e feminino emperra a inclusão de pessoas cuja identidade de gênero independe daquela do sexo biológico, como as pessoas trans que desejam uma carreira no esporte. É preciso resolver a equação entre assegurar os direitos fundamentais e respeito às diferenças com o equilíbrio nas práticas esportivas.
E o amplo espectro do preconceito, da discriminação e da intolerância deve ser enfrentado às claras pela sociedade e pelos governos. O Estado deve garantir e assegurar direitos iguais a todos, além de coibir e punir atos discriminatórios e atitudes ainda mais radicais e extremistas cometidas por pessoas ou grupos intolerantes. À sociedade, cabe o entendimento, a compreensão e a conscientização em prol dos direitos daqueles que sofrem discriminação, não apenas no mundo dos esportes, mas em seus lares, escolas, ambientes de trabalho, lazer e diversão, assim como em inúmeros locais de convivência social.
Para Rechtman, o respeito ao ser humano, em suas mais diversas formas de existência e expressão, é um dos principais desafios da sociedade contemporânea e para um futuro justo e igualitário da humanidade. “Aprendemos ao longo da vida sobre as atrocidades cometidas por ignorância, preconceito e motivos torpes. Não podemos, em hipótese alguma, contribuir ou permitir que tais situações voltem a se repetir”, destaca.
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FONTE Finplace
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