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Um aumento drástico de minerais e outros recursos naturais ainda será necessários para geração de tecnologias limpas nessa década
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 21 de julho de 2023
PR NEWSWIRE
A futura economia de emissões a zero carbono dependerá de aumentos significativos na oferta e na demanda de eletricidade, passando de uma demanda global de ~28 000 TWh em 2022 para mais de ~100 000 TWh até 2050. Para tanto, será necessário acelerar a implementação de geração solar e eólica, expandir as redes de eletricidade e aumentar a produção de baterias, veículos elétricos e eletrolisadores para a produção de hidrogênio verde.
Esse novo sistema de energia exigirá recursos como terra (principalmente para fazendas de energia solar fotovoltaica) e água (usada no sistema de energia, na captura de carbono e em uma série de processos de mineração e refino). Porém, as necessidades totais de terra e água não são maiores que as requeridas por um sistema baseado em combustíveis fósseis e são menos de 3% dos recursos terrestres e hídricos utilizados pela agricultura global.
A construção desse novo sistema de energia também exigirá algumas emissões iniciais de CO2, já que, como qualquer nova tecnologia, essa precisará ser construída utilizando energia de combustíveis fóssil. No entanto, a produção de materiais essenciais para apoiar a transição energética resultará em um total de emissões globais cumulativas ao longo do ciclo de vida de 15 a 30 GtCO2e, em oposição às cerca de 40 GtCO2e produzidas anualmente pelo atual sistema de geração de energia; e, embora no novo sistema as emissões tendam à zero à medida que os setores de mineração e refino se descarbonizem, as emissões de combustíveis fósseis continuarão perpetuamente se não fizermos a transição.
Portanto, embora os requisitos terrestres e hídricos devam ser gerenciados com cuidado, especialmente em regiões densamente povoadas e com estresse hídrico, e as emissões do ciclo de vida da produção de materiais essenciais devam ser minimizadas, os principais desafios estão na escalabilidade de produção de minerais e outros materiais necessários para a transição energética.
A escala de materiais necessários para a transição energética
Entre 2022 e 2050, a transição energética poderá exigir a produção de 6,5 bilhões de toneladas de materiais essenciais, 95% dos quais seriam aço, cobre e alumínio, com quantidades muito menores de minerais/materiais críticos, como lítio, cobalto, grafite ou minerais raros. Essa extração cumulativa de material em nada se compara aos atuais mais de 8 bilhões de toneladas de carvão extraídos anualmente.
Não existe escassez fundamental de nenhuma das matérias-primas necessárias à transição global para uma economia zero carbono: os recursos geológicos excedem a demanda cumulativa total projetada de 2022 a 2050 para todos os principais materiais, sejam eles decorrentes da transição energética ou de outros setores. Os principais desafios são, portanto:
- Aumentar a oferta com rapidez suficiente para descarbonizar a economia global no ritmo necessário.
- Garantir que a mineração dos principais materiais ocorra de forma sustentável e responsável, gerenciando e minimizando os impactos ambientais locais.
“Existem recursos e minerais suficientes no mundo para a transição energética. No entanto, para alguns minerais importantes, como o lítio e o cobre, será um desafio aumentar a oferta com rapidez suficiente na próxima década para acompanhar o rápido aumento da demanda. Governos, órgãos reguladores, produtores e consumidores devem trabalhar juntos para aumentar a reciclagem, melhorar a eficiência dos materiais, investir em novas minas e regulamentar os padrões ambientais e sociais”, disse Adair Turner, Presidente do Energy Transitions Commission (ETC – Comissão de Transições Energéticas).
O rápido crescimento da demanda pode levar à escassez de suprimentos na próxima década se quatro desafios principais não forem atendidos
Sem uma ação decisiva para melhorar a eficiência dos materiais, aumentar a reciclagem ou aumentar a extração, poderá haver falta de suprimento de seis materiais essenciais para a transição energética: lítio, níquel, grafite, cobalto, neodímio e cobre. O risco de um aumento de preço significativo desses minerais pode atrasar a transição energética.
Quatro ações devem ser tomadas para reduzir esse risco e expandir o fornecimento de forma rápida e sustentável:
- Construir novas minas e expandir rapidamente o suprimento de materiais existente: projetos de mineração em larga escala podem levar de 15 a 20 anos, e a última década foi marcada por uma falta de investimento na exploração e produção de metais básicos para a transição energética. As principais soluções incluem a aceleração dos prazos de licenciamento, o aumento da produção das minas existentes, a atualização dos levantamentos geológicos e a melhoria do compartilhamento internacional de dados. Os investimentos de capital nos principais metais de transição energética (excluindo minério de ferro e ouro) devem aumentar de $45 bilhões por ano para um valor estimado de $70 bilhões por ano até 2030.
- Criar um suprimento mais diversificado e seguro: a mineração de determinados metais básicos é geograficamente concentrada (por exemplo, 70% da produção de cobalto provém da República Democrática do Congo), com a China dominando o refino de quase todos os metais básicos. As empresas e os governos devem procurar diversificar as cadeias de suprimento e países desenvolvidos devem remover as barreiras ao desenvolvimento doméstico das atividades de mineração e refino, com o objetivo de evitar a dissociação total.
- Produção sustentável e responsável de materiais: os principais fatores a se observar incluem a intensidade de carbono e o consumo de água; o declínio do teor de minério e a produção de resíduos de rocha; o desmatamento indireto e os impactos sobre a biodiversidade em regiões tropicais; e os impactos sociais sobre as comunidades locais próximas as operações, incluindo preocupações com direitos humanos, normas trabalhistas e evasão fiscal. Para lidar com esses impactos, é necessário que as empresas adotem as melhores práticas da indústria, impulsionadas por fortes regulamentações sobre a intensidade de carbono e os impactos ambientais. O aumento do uso de padrões voluntários e da rastreabilidade da cadeia de suprimentos também pode ajudar a aumentar o monitoramento e a transparência.
- Redução da pressão sobre o suprimento primário: ações firmes para acelerar o desenvolvimento tecnológico, melhorar a eficiência dos materiais e aumentar a reciclagem poderiam reduzir a demanda acumulada até 2050 em 20-60% para a maioria dos materiais, e a inovação tecnológica desempenha um papel importante no preenchimento de lacunas específicas no suprimento a curto prazo. A reciclagem desempenhará um papel fundamental a partir de 2040, à medida que o estoque de tecnologias de energia limpa começar a chegar ao fim da vida útil.
“Essa é outra análise brilhante da ETC. Eles mostram que o impacto ambiental do sistema de energias renováveis é muito menor do que aquele causado pelo sistema de combustíveis fósseis, que temos minerais suficientes para a revolução renovável e que não existem barreiras insolúveis para a mudança”, disse Kingsmill Bond, Diretor Sênior da Equipe de Estratégia do Rocky Mountain Institute.
“Os minerais são essenciais, mas devemos extraí-los como se não fossem. A demanda por minerais crescerá dramaticamente nas próximas décadas, e nosso objetivo comum é garantir que isso esteja sendo atendido de forma que permita que as pessoas e o planeta prosperem. O relatório da ETC fornece análises e dados importantes sobre os requisitos de materiais e recursos, o que ajudará o setor e as principais partes interessadas a garantir que as condições certas estejam disponíveis para fornecer os materiais de que precisamos para a transição energética, ao mesmo tempo que aumenta a contribuição de nosso setor para o desenvolvimento sustentável.”, disse Rohitesh Dhawan, Presidente e CEO do International Council on Mining & Metals (ICMM – Conselho Internacional de Mineração e Metais).
O documento “Material and Resource Requirements for the Energy Transition“ (Requisitos de materiais e recursos para a transição energética) foi desenvolvido em colaboração com membros da ETC, instituições financeiras e de defesa ao meio ambiente, incluindo Arcelor Mittal, BloombergNEF, EBRD, HSBC, Iberdrola, Impax, National Grid, Rio Tinto, Rocky Mountain Institute, Schneider Electric, Volvo Group, World Resources Institute, Worley e Ørsted.
Esse relatório constitui uma visão coletiva da ETC. Os membros da ETC endossam a essência geral dos argumentos apresentados nesse relatório, mas isso não deve ser considerado como se estivessem concordando com todas as conclusões ou recomendações. As instituições às quais os Comissários estão afiliados não foram solicitadas a endossar formalmente o relatório.
Para ler o relatório completo, visite: https://www.energy-transitions.org/publications/material-and-resource-energy-transition
Notas aos editores
Para mais informações sobre a ETC, visite: https://www.energy-transitions.org
Para acessar o relatório e as Fichas Técnicas de Matérias-primas Essenciais que o acompanham, visite: https://www.energy-transitions.org/publications/material-and-resource-energy-transition
Veja a lista de Comissários da ETC aqui.
Infographic – https://mma.prnewswire.com/media/2156703/ETC_Materials_Report_Infographic.jpg
Logo – https://mma.prnewswire.com/media/1275002/Energy_Transitions_Commission_Logo.jpg
FONTE Energy Transitions Commission
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