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O que faz da Castelões Cantina e Pizzaria o berço da pizza no Brasil? Descubra 4 curiosidades da pizzaria mais antiga do país
Por Mauro Holanda

O que faz da Castelões Cantina e Pizzaria o berço da pizza no Brasil? Descubra 4 curiosidades da pizzaria mais antiga do país

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 15 de outubro de 2025

Celebrando 101 em outubro, a casa tem origem no futebol, coleciona passagem de grandes personalidades e já chegou ao cinema brasileiro

Localizada no coração do Brás, bairro conhecido por ser o reduto dos imigrantes italianos em São Paulo, a Castelões Cantina e Pizzaria que, com 101 anos de existência, é a pizzaria mais antiga do país, carrega nas paredes de azulejos amarelos, no forno centenário e no cardápio clássico uma história que reúne futebol, amizade, grandes personalidades nacionais e até passagem pelo cinema brasileiro. Confira 4 curiosidades sobre o estabelecimento:

1 – O início foi com futebol

Batizada de Castelões em homenagem ao time de futebol da Série C do Campeonato Paulista de 1920, a pizzaria surgiu das confraternizações pós-jogo que Vicente Donato e Ettore Siniscalchi realizavam semanalmente. Segundo o restaurateur Fábio Donato, a terceira geração a gerir o negócio, o local onde hoje funciona o estabelecimento antigamente era o vestiário e o ponto de encontro dos amigos do avô após as partidas de futebol. “Cada um trazia algo para comer e entre queijos, pães e vinhos, meu avô, junto ao senhor Ettore, trouxe um fogão de duas bocas, parecido com aqueles que usam em camping, para fazerem alguns pratos quentes, principalmente massas e carnes. Foi assim que tiveram a ideia de construir um forno de pizza para incrementar as reuniões. Com o tempo, o grupo foi aumentando e até os vizinhos começaram a participar e aí eles decidiram abrir a pizzaria”, conta.

Apaixonado por futebol, Vicente Donato também era integrante da diretoria do time Palestra Itália – que, por conta da Segunda Guerra Mundial, viria a se tornar o atual Sociedade Esportiva Palmeiras – e por isso, a pizzaria foi, durante muito tempo, o berço das reuniões do grupo, que manteve o costume de se reunir para jantar após as grandes decisões do clube.

2 – Coleciona visita de personalidades da televisão, da música e até da política


Criada por italianos originários da Calábria e de Nápoles

, a Castelões Cantina e Pizzaria é fiel às raízes da gastronomia ítala e preserva o respeito à essência de cada preparo, mantendo processos artesanais, ingredientes de alta qualidade e o mesmo modo de fazer pizza que encanta gerações desde a fundação em 1924. Com massa preparada com uma farinha italiana específica e fermentação de mais de 24 horas, além de molho feito com tomates selecionados e forno a lenha, aquecido entre 450º e 500º, a casa conquista cada vez mais o coração dos brasileiros, inclusive de celebridades que reservam um espaço na agenda para frequentar o estabelecimento.

No Livro de Ouro, onde estão registradas as principais personalidades que já passaram por lá, há nomes como Hebe Camargo, o cantor e compositor Adoniran Barbosa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Getúlio Vargas, Alberto Ascari, Luigi Villoresi, Giuseppe Farina, Juan Manuel Fangio, Tito Schipa, Beniamino Gigli, Chico Buarque, Maria do Severo, Domenico Modugno, Adriana Calcanhotto, Paulo Vanzolini, Gabriella Besanzoni – que tornou-se a senhora Henrique Lages – e até bandas como Guns N’ Roses e Titãs. Além disso, as paredes do estabelecimento são um verdadeiro túnel do tempo, com retratos e lembranças de quem passou pelas mesas forradas com toalhas quadriculadas no coração do Brás.

“A Castelões sempre foi referência, tenho boas memórias de muitas pessoas importantes para a história do país por aqui. Uma das lembranças que tenho da minha infância é de quando eu tinha uns quatro ou cinco anos e vi no canto do salão da cantina, em uma mesa embaixo da prateleira de vinhos, um casal que estava almoçando. Era o Luiz Gonzaga e a esposa, Helena Neves Cavalcanti. Os trajes dele me chamaram a atenção porque eram diferentes das roupas utilizadas no cotidiano dos paulistanos. Ele tinha uma jaqueta típica dos vaqueiros das regiões Norte e Nordeste do país branca, um chapéu grande também branco e óculos escuros. Após a refeição, ele me chamou, perguntou se eu estava curioso para saber o que tinha dentro da mala grande que ele carregava e, diante do meu positivo, ele a abriu, mudou a cadeira de lugar e começou a tocar a sanfona. Eu fiquei fascinado com aquilo, foi um dos primeiros momentos que conheci alguém estrelado e na época, eu não sabia que ele já frequentava Castelões há muito tempo”, comenta Donato.

3 – Do Brás para as telonas em todo país


Com paredes de azulejos amarelos, toalhas quadriculadas, fotografias nas paredes e letreiro neon, o salão da pizzaria já foi cenário de algumas obras do cinema nacional, tais como os longas-metragens O Ano que Meus Pais Saíram de Férias e Uma Advogada Brilhante e o curta-metragem Fortunato.Recentemente, a pizzaria também foi fundo cênico de uma passagem do filme Homem com H, produzido pela Paris Filmes em parceria com a Paris Entretenimento, em que Jesuíta Barbosa interpreta Ney Matogrosso. A locação manteve intacta a essência da casa: suas luzes baixas, os azulejos tradicionais e a atmosfera de um tempo que resiste às pressas do mundo moderno.

“A Castelões sempre foi palco de grandes encontros, inclusive de personalidades marcantes do teatro e da televisão e agora, nós estamos nas telonas. Ver a nossa casa retratada no cinema é um orgulho imenso porque mostra que a Castelões vai além da gastronomia, ela faz parte da memória afetiva e cultural do país”, destaca Fábio.

4 – Berço da Pizza Paulistana


Com mais de 100 anos de história, a Castelões carrega não apenas o título de pizzaria mais antiga do Brasil em funcionamento, mas também a honra de ter moldado a identidade da pizza paulistana. 
Segundo Fábio, embora não exista um registro oficial sobre quando o estilo do prato nasceu, estima-se que o modelo conhecido pela massa mais espessa, coberturas equilibradas e sabores marcantes ganhou forma pelas mãos visionárias de Vicente Donato e Ettore Siniscalchi, fundadores da pizzaria. 
“O modo como a pizza é feita na Castelões ganhou a denominação de pizza paulistana e, na verdade, esse feitio teve origem como uma adaptação para driblar as dificuldades que meu avô e o senhor Ettore Siniscalchi tinham com a falta dos ingredientes que existiam na Itália, por exemplo, no Brasil não havia o tomate San Marzano e a mussarela Fiore di latte, então, a ideia era aprimorar a tradição italiana com ingredientes brasileiros, como o molho feito com tomates frescos e maduros, que trazem suavidade e leveza à acidez, e a nossa calabresa artesanal, com notas picantes e um toque sutil de erva-doce. O sabor único dessa combinação deu origem à clássica cobertura Castelões, que atravessou gerações e inspirou pizzarias em todo o Brasil, ajudando a escrever um capítulo importante da nossa história gastronômica”, finaliza.

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