Férias: 6 dicas para proteger as crianças dos perigos online
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 30 de junho de 2025
Momentos de maior exposição digital ligam sinal de alerta para os pais; confira as orientações dos especialistas
Muito comemorado pelas crianças, o início das férias escolares liga um sinal de alerta por conta do aumento da exposição digital. Utilizados para o entretenimento, os smartphones, tablets, computadores e videogames podem ser também uma porta de entrada para diversos perigos online, que por vezes, são desconhecidos ou ignorados pelos pais e responsáveis, como o acesso a conteúdos impróprios para idade com demonstrações de violência, pornografia e drogas.
Um levantamento recente da Unico, rede de validação de identidade, em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que 75% das crianças e adolescentes brasileiros possuem perfil próprio em redes sociais. Destes, quase um terço das contas é totalmente aberto. O estudo constatou ainda que aproximadamente metade dos usuários não controla quem pode segui-los. Além disso, mais de 50% costumam interagir com desconhecidos em jogos online.
Esses dados e fatos recentes demonstram a importância de intensificar o debate sobre a proteção de menores online. No mundo, alguns países possuem regulamentações específicas e rigorosas para tratar sobre o assunto.
Por aqui, o Projeto de Lei (PL) 2628 de 2022 busca estabelecer mecanismos para a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Após a tramitação no Senado, o projeto se encontra na Câmara para apreciação e análise das comissões.
O que fazer para proteger as crianças?
Devido à seriedade e importância do tema, o amplo debate e a criação de regras robustas sobre verificação etária e proteção infantil exigem tempo. Enquanto isso não se resolve, é necessário que pais e responsáveis estejam atentos e façam combinados com seus filhos, principalmente, em momentos como as férias, quando eles estão mais tempo online e assim, mais vulneráveis aos riscos dos ambientes digitais.
Uma iniciativa que nasceu da crença de que existem soluções ao nosso alcance é o Movimento Desconecta, que busca a redução, controle e adiamento do acesso a smartphones e redes sociais pelas crianças. Entre as ações, o movimento propõe aos pais e responsáveis um compromisso: adiar até os 14 anos o primeiro smartphone do filho e até os 16 anos o acesso às redes sociais. No site da iniciativa, há uma área para as pessoas assinarem e compartilharem o compromisso.
“O uso precoce de smartphones está associado a uma série de impactos negativos no desenvolvimento infantil, como dificuldades de atenção e sono, aumento da ansiedade, exposição a conteúdos inadequados e problemas nas relações sociais. Adiar esse contato até que o cérebro da criança esteja mais maduro para lidar com as armadilhas do mundo digital também permite que ela viva sua infância e adolescência com espaço para desenvolver habilidades que só nascem a partir de vínculos com o mundo real”, diz Mariana Uchoa, cofundadora do Movimento Desconecta.
Juíza titular da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Vanessa Cavalieri acredita que o lugar mais perigoso onde uma criança e um adolescente podem estar desacompanhados de um adulto atualmente é a internet. “Os pais protegem os filhos no mundo real e não deixam que eles brinquem sozinhos, nem vão à padaria desacompanhados, mas nas redes sociais, por exemplo, eles navegam sem ajuda”.
Vanessa é autora do Protocolo Eu te Vejo, um instrumento valioso para a prevenção à violência nas escolas, assunto que se conecta com o uso indiscriminado e sem supervisão da tecnologia.
Em publicação no perfil oficial do Protocolo Eu Te Vejo no Instagram, a magistrada explica por que a verificação etária é necessária e urgente. Diferentemente do mundo real, onde é fácil identificar uma criança ou adolescente, na internet um menor de idade pode se passar por adulto ou vice-versa.
A falta de um controle mais rigoroso facilita o acesso inadequado de crianças e adolescentes a conteúdos impróprios, como pornografia, bets e violência extrema. Assim como permite que adultos se infiltrem em lugares frequentados por crianças, como jogos para menores de 12 anos. “Essa é a importância da verificação etária. É a gente ter uma forma, uma tecnologia, que dá segurança e a certeza que aquele usuário tem efetivamente a idade que ele diz que tem”, diz Vanessa na publicação.
Dicas práticas
Para ajudar as famílias a protegerem os menores no ambiente digital, reunimos algumas dicas valiosas do “Protocolo Eu Te Vejo”. Confira:
– Todos os logins e senhas devem ser do conhecimento e estarem logados no celular dos pais para ter acesso ao que está acontecendo, principalmente em situações de um crime;
– Configure os aplicativos para bloquear conteúdos que considere inadequados para a idade das crianças, como pornografia, bets e violência;
– Siga as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria em relação ao tempo de uso das tecnologias;
– Bloqueie o celular durante o horário de repouso noturno para garantir que eles tenham um sono adequado;
– A geolocalização do aparelho deverá sempre estar ativada no celular do menor para que, em casos de emergência, ele seja encontrado com facilidade;
– Refaça e repactue frequentemente os combinados com seu filho, de acordo com a idade e maturidade dele.
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