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Setor mineral defende políticas e instrumentos para destravar projetos de minerais críticos
Executivos traçaram um roteiro para destravar projetos, da atração de capital à construção de cadeias de valor para minerais críticos. Ricardo Lima / Agência Minera Brasil

Setor mineral defende políticas e instrumentos para destravar projetos de minerais críticos

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 23 de outubro de 2025

Executivos e CEOs reuniram-se no Invest Mining Summit para discutir instrumentos e prioridades para transformar potencial geológico em indústria nacional.

Por Ricardo Lima

No painel “Soluções para o desenvolvimento dos minerais críticos”, coordenado pela ABPM no Invest Mining Summit 2025, executivos traçaram um roteiro para destravar projetos, da atração de capital à construção de cadeias de valor para minerais críticos.

Luis Maurício Azevedo, presidente do Conselho Deliberativo da ABPM e moderador do painel, destacou que é preciso coerência entre o discurso de prioridade nacional e a prática: “Não pode ser: queremos o mineral crítico, mas quando se fala em incentivo, renúncia fiscal ou fundo garantidor, isso é proibido. A gente precisa de ações”, afirmou. Azevedo cobrou que o momento de visibilidade para minerais críticos seja convertido em políticas e instrumentos financeiros capazes de sustentar o desenvolvimento de projetos no Brasil.

Marcelo Carvalho, CEO da Meteoric, destacou a dimensão geológica e o potencial estratégico dos depósitos brasileiros, apresentando a ambição técnica do projeto Caldeira, de argila Iônica, e a contribuição que isso pode ter para a cadeia ocidental de terras-raras. “esses projetos podem suprir 30% do mercado de terras raras até 2030.” Carvalho frisou que, além das reservas, é preciso financiamento localizado, previsibilidade de licenciamento e arranjos que permitam transformar upstream em indústria de valor agregado no país.

Executivo da Meteoric discute o potencial estratégico e geológico do Brasil em depósitos de terras-raras e a urgência de financiamento e licenciamento ambiental para transformar upstream em indústria.
Felipe Alves, CEO da Frontera Minerals. Ricardo Lima / Agência Minera Brasil

Felipe Alves, CEO da Frontera Minerals, defendeu um ambiente que consiga medir bem os riscos e gerar oportunidades de investimento em todas as fases dos projetos. Ele apontou ainda minerais pouco discutidos e destacou a necessidade de serem definidos como “estratégicos” nacionalmente, não seguindo pautas estrangeiras. “Os maiores minerais estratégicos do Brasil, que a gente deveria dar atenção, é o fosfato e o potássio”, argumentou Alves, se referindo à segurança alimentar nacional. 

Diretora de sustentabilidade da PLS Brasil (Marisa Cesar) em painel, reforçando a importância de instrumentos públicos e financiamento para reduzir riscos e alavancar o setor de minerais críticos.
Marisa Cesar, diretora de assuntos corporativos e sustentabilidade da PLS Brasil. Ricardo Lima / Agência Minera Brasil

Financiamento, previsibilidade e governança 

Marisa Cesar, diretora de assuntos corporativos e sustentabilidade da PLS Brasil, descreveu a jornada operacional e regulatória da empresa de lítio, que obteve um licenciamento ambiental recorde em apenas 13 meses em Minas Gerais. Ela destacou que, apesar de sua companhia ser australiana, os executivos que atuam no Brasil são brasileiros. “Não adianta somente a PLS se desenvolver se nós não tivermos o desenvolvimento do país”, destacou. Marisa enfatizou a necessidade de instrumentos públicos para reduzir risco de projeto e atrair capital.

André Simão, diretor da Brazilian Nickel, apresentou um caso prático de tecnologia e mercado: planta piloto, vendas e um produto de níquel com baixa pegada de carbono que, segundo ele, tem apelo no mercado ocidental. “Pegamos o produto de uma planta piloto, que rodou entre 2022 e 2023, e vendemos para clientes, na Europa e também na Ásia, e o produto foi muito bem recebido.” André reforçou que, mesmo com a intenção de financiadores internacionais, a equalização do capital para levar obras à execução depende de instrumentos financeiros domésticos e de cooperação entre esferas de governo.

O tema central da segunda edição do evento destacou “A importância econômica da mineração no cenário de transição energética”. A programação do evento contemplou uma série de painéis que abordaram o desenvolvimento das cadeias de minerais críticos no país, os projetos estratégicos em andamento, os desafios para implantação de empreendimentos e os mecanismos disponíveis de financiamento voltados ao setor mineral. Também serão debatidas soluções para alavancar o papel do Brasil na produção e fornecimento de minerais essenciais à nova economia de baixo carbono.

O Invest Mining Summit 2025 tem o patrocínio de empresas e entidades de destaque no cenário mineral e financeiro, entre elas: BHP, Itaú BBA, Vale, Geosol, Frontera Minerals, Meteoric Resources, Alvarez & Marsal, Lefosse Advogados, MGLIT, GE21 Consultoria Mineral, Ígnea Geologia e Meio Ambiente, Ore Mining Investments, Viridis, Mining Minerals, Tozzini Freire Advogados, XP Investimentos e Prisma Capital.

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