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Prefeito de Parauapebas chama Vale de “mentira” e acusa empresa de dever bilhões durante painel na COP30
Aurélio Goiano critica Vale durante painel na COP30. Warley Pereira / Agência Minera Brasil

Prefeito de Parauapebas chama Vale de “mentira” e acusa empresa de dever bilhões durante painel na COP30

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 12 de novembro de 2025

Aurélio Goiano disse que mineradora prioriza lucro e ignora problemas sociais no município

Redação

Resumo

– Prefeito de Parauapebas fez discurso crítico à Vale na COP30
– Disse que empresa “é uma mentira” e deve R$ 10 bilhões ao município
– Prefeitura não apresentou documentos comprovando os valores

O prefeito de Parauapebas (PA), Aurélio Goiano (PL), fez duras críticas à mineradora Vale durante um painel sobre cidades sustentáveis na COP30. Em discurso inflamado, ele acusou a mineradora de sonegar impostos, acumular dívidas bilionárias com o município e negligenciar as populações locais.

“A Vale é uma mentira. Só visa o lucro, não as pessoas”, afirmou Goiano, ao defender que Parauapebas “sofre as consequências ambientais e sociais” da atividade mineradora sem retorno proporcional em investimentos públicos.

O prefeito afirmou ainda que tenta há nove meses uma reunião com representantes da empresa.

“Estou esperando uma conversa com a Vale há nove meses. E eu não ia perder essa oportunidade de dizer isso ao mundo”, disse.

Durante o discurso, Goiano afirmou que, nos últimos anos, “R$ 19,4 bilhões foram jogados fora do município” e que a Vale teria uma dívida superior a R$ 10 bilhões com Parauapebas. O prefeito também disse que o município perde cerca de R$ 40 milhões por mês em receitas e que a mineradora seria “a maior sonegadora de impostos do planeta”.

“Meu município tem apenas 12% de saneamento básico. Em nove meses, consegui colocar água em 14 bairros. Mas aqui na COP30, a Vale aparece linda, dizendo que cuida dos povos indígenas. É mentira”, declarou o prefeito.

“A Vale só visa o lucro. Não está preocupada com o que está acontecendo”, afirmou.

Contexto: economia da mineração e desigualdade

Parauapebas é o maior produtor de minério de ferro do país, abrigando parte do Complexo de Carajás, principal operação da Vale.

Com mais de 200 mil habitantes, o município figura entre os de maior PIB do Pará, impulsionado pela Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

Apesar da riqueza, a cidade enfrenta índices sociais baixos.

Segundo o IBGE (2023), apenas 12% dos domicílios têm acesso à rede de esgoto, e cerca de um terço da população vive em áreas sem infraestrutura básica.

A tensão entre a prefeitura e a Vale é antiga. Administrações anteriores já moveram ações judiciais cobrando diferenças de repasses da CFEM e discutindo sonegação de tributos municipais.

Em 2023, a empresa firmou acordos de compensação socioambiental em diversas regiões do Pará, mas Parauapebas, segundo Goiano, “não teria sido contemplada”.

Repercussão e próximos passos

As declarações do prefeito repercutiram nas redes sociais e entre representantes políticos do Pará. Aliados elogiaram a postura “corajosa”, enquanto críticos apontaram “exagero” e “falta de base técnica” nas acusações.

Goiano encerrou sua fala em tom desafiador:

“Se a Vale quiser contar comigo para o bem-estar das pessoas, estou pronto. Mas se não quiser, o ‘doido’, como me chamam, está pronto para lutar pelo meu povo até os últimos segundos da minha vida.”

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