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Agência Minera Brasil

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 29 de maio de 2024

Estudo inédito aponta que a indústria é responsável por 3% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Desses 3%, apenas 18% são oriundas do setor mineral. Queima de combustíveis fósseis são as maiores emissões na mineração. Em resposta, setor diz que vai promover substituição gradual por fontes de energia renovável.

O Inventário de Emissões GEE do Setor Mineral 2024, ano base 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que reúne as principais mineradoras do país, identifica as principais fontes de emissões da indústria mineral brasileira e aponta caminhos para descarbonizar o setor, que será responsável por impulsionar a transição energética mundial.
O levantamento elaborado pela consultoria Way Carbon apresenta informações coletadas de 42 mineradoras associadas ao IBRAM e abrange 27 bens minerais, entre eles, lítio, ferro, estanho, carvão, fosfato, níquel, manganês, nióbio, ouro, potássio, prata, areia, argila, bauxita, calcário e rochas ornamentais.
Os dados mostram que apesar de fama de poluidora do meio ambiente, a mineração é um dos setores econômicos que apresentam as mais baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país: apenas 0,55% das emissões no Brasil ou 12,77 MtCO2e (milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente).

Setor quer reduzir suas emissões

A queima de combustíveis fósseis, em especial o óleo diesel, representa a maior parte (59%) das emissões. Em seguida, estão as atividades de mudança do uso do solo (14%). O dióxido de carbono, CO2, é o gás predominante, com 85% do total de emissões do setor.

“É fundamental que o setor caminhe unido e de forma acelerada no sentido da redução das suas emissões de carbono, que são o principal fator que leva ao aquecimento global e à emergência climática”, disse Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, acrescentando que embora o setor mineral seja comprovadamente baixo emissor, “não estamos satisfeitos com esse resultado. Nosso objetivo é chegar a 2030 ou 2040 a meta de zero carbono. É o que temos a perseguir”, afirmou Jungmann durante apresentação do estudo, nesta terça-feira (28/5), na sede do IBRAM, em Brasília.

Para Jungmann, o Inventário traz transparência e contribui para que a sociedade saiba qual é a pegada da mineração na emissão dos gases de efeito, além de fornecer dados para a construção de estratégias efetivas para descarbonizar o setor. Para ele, o setor tem opções para levar adiante o processo de descarbonização. “É preciso que se comece essa transição para eletrificação da frota de transporte, acelerando essa transição para veículos elétricos ou pelo menos veículos movidos a energia renovável.”

O próximo passo de acordo com Jungmann é começar a projetar quais serão as metas para tornar o setor neutro em termos de emissão de carbono nas próximas décadas. “É um compromisso, não só nosso, mas do mundo inteiro, e que precisa ser cumprido. E as mineradoras afiliadas ao IBRAM, aderiram a esse movimento de descarbonização,” diz Jungmann.

De acordo com o inventário do IBRAM, as emissões de Escopo 1 (emissões diretas) totalizam 11,29 milhões de tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente), representando 88% do total do inventário. As emissões de Escopo 2 (indiretas, pela compra de energia elétrica) somam 1,47 milhão de tCO2e. O volume de GEE emitido pelo Brasil quando consideramos todos os setores está situado na casa dos bilhões de toneladas: 2.319,08 MtCO2e. Desse total, a indústria é responsável por apenas 3% das emissões ou 70,08 milhões de toneladas de CO2 equivalente, e, desses 3%, apenas 18% são oriundas do setor mineral.

Eloisa Casadei, coordenadora da Way Carbon comentou que o setor amadureceu na contabilização de suas emissões. E hoje consegue saber as emissões em cada etapa da cadeia da mineração. Segundo ela, abertura de frentes de lavra, extração, beneficiamento e movimentação de maquinas e transporte interno são as principais fontes de emissão de GEE no setor.

“Um ponto relevante é que a maior parte dos participantes desse trabalho têm operações combinadas. Eles não são apenas mineração, eles são mineração e mais alguma atividade, como metalurgia. Essa informação foi importante para que não houvesse uma contabilização dupla,” explicou Casadei.

Agenda ESG da Mineração do Brasil

Os cálculos do inventário levam em conta dados das mineradoras e do estudo “Análise das emissões de gases de efeito estufa e suas implicações para as metas climáticas do Brasil 1970-2022”, do Observatório do Clima. Mesmo sendo de baixa emissão, na comparação com outros segmentos econômicos – como outras indústrias, setor de energia e agropecuária – a indústria mineral, liderada pelo IBRAM, firmou um pacto com a sociedade por meio da Agenda ESG da Mineração do Brasil, a partir de 2019. Esta Agenda contém planos de ação para as empresas associadas ao Instituto (responsáveis por mais de 85% da produção nacional de minérios) aprimorarem seus indicadores de sustentabilidade, entre os quais, cumprir metas audaciosas de redução de suas emissões.

O inventário é um dos instrumentos previstos na Agenda. Ele servirá de estímulo para mais mineradoras reportarem suas emissões, segundo Raul Jungmann. “São compromissos voltados a diagnosticar emissões e permitir que sejam estabelecidas metas e iniciativas para descarbonizar operações, providências que o IBRAM e as associadas consideram incontornáveis e inadiáveis”, disse Jungmann.

Ele afirma que a indústria da mineração registra avanços para diminuir significativamente as emissões. Entre as principais medidas em andamento está a de intensificar a substituição de fontes de energia fósseis por fontes renováveis; a promoção da economia circular; renovar processos produtivos via inovação tecnológica intensiva.

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