Equinox Gold vende operações no Brasil para chinesa CMOC por US$ 1,015 bilhão
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 15 de dezembro de 2025
Companhia acertou a venda das minas Aurizona, RDM e do Complexo Bahia para subsidiária do grupo chinês CMOC; fechamento é esperado para o primeiro trimestre de 2026
Por Ricardo Lima
A Equinox Gold anunciou em 14 de dezembro a venda de 100% de suas operações no Brasil, que incluem as minas Aurizona, RDM e o Complexo Bahia, para a CMOC Brasil, uma subsidiária do grupo chinês CMOC, em uma transação avaliada em US$ 1,015 bilhão.
O acordo prevê pagamento inicial de US$ 900 milhões em dinheiro no fechamento do negócio e até US$ 115 milhões adicionais condicionados ao desempenho da produção.
A CMOC mantém uma presença relevante no Brasil por meio do controle de dois grandes complexos de mineração em Goiás: a mina de nióbio Niobras, em Catalão, e a mina de Ouvidor, produtora de ferronióbio utilizado na fabricação de aço de alta resistência, além das minas de fosfato e unidades químicas adquiridas da Anglo American em 2016, que abastecem o setor agrícola brasileiro. Além das operações em Goiás, o grupo chinês opera em Cubatão (SP) por meio da unidade Copebras, um complexo químico vinculado ao seu negócio de fosfato.
Com a aquisição anunciada de cerca de US$ 1 bilhão das operações brasileiras da Equinox Gold, que incluem a mina Aurizona, no Maranhão, a RDM, em Minas Gerais, e o Complexo Bahia, formado pelas minas Santa Luz e Fazenda, o grupo chinês amplia sua atuação no país e passa a operar também no segmento de metais preciosos.
Segundo o Valor Econômico, o presidente do conselho da CMOC, Liu Jianfeng, afirmou que o negócio “demonstra nossa convicção no ouro e cumpre nossa estratégia de basear o portfólio em cobre e ouro”, acrescentando que a transação também reforça a presença da companhia na América do Sul. Dados do Conselho Empresarial Brasil-China indicam que os investimentos chineses no Brasil somaram US$ 4,18 bilhões no ano passado, com número recorde de projetos.
Equinox redireciona foco para a América do Norte
Segundo a Equinox Gold, o fechamento da transação está previsto para o primeiro trimestre de 2026, condicionado a aprovações regulatórias e a condições usuais de mercado, sem depender de financiamento.
A empresa canadense destacou que a venda dos ativos brasileiros simplifica o portfólio e libera capital para projetos considerados de maior retorno e menor risco. “Ao concentrar nossos investimentos em ativos de longa vida, como Greenstone, em Ontário, Valentine, em Newfoundland e Labrador, e Castle Mountain, na Califórnia, posicionamos a companhia para margens mais robustas e retornos sustentáveis”, afirmou Darren Hall, CEO da Equinox.
Com a conclusão do negócio, a plataforma de produção da Equinox Gold passará a incluir as minas Valentine e Greenstone, no Canadá; Mesquite, na Califórnia; e El Limón e Libertad, na Nicarágua. A empresa estima uma produção anual entre 700 mil e 800 mil onças de ouro em 2026, à medida que os projetos Valentine e Greenstone atinjam plena capacidade. “Com a entrada em ritmo de produção de Valentine, a continuidade das melhorias operacionais em Greenstone e as contribuições consistentes de Mesquite e da Nicarágua, a Equinox Gold está posicionada para gerar valor de longo prazo por ação para seus acionistas”, destacou o CEO.
Pagamento contingente
Parte do valor da transação está atrelada ao desempenho das operações vendidas. O pagamento contingente de até US$ 115 milhões será devido um ano após o fechamento, caso determinadas metas de produção sejam alcançadas. O mecanismo prevê o pagamento de 12,5% da receita para volumes entre 200 mil e 280 mil onças ou o valor máximo de US$ 115 milhões se a produção atingir ou superar 280 mil onças.
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