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Especialistas debatem como garantir o bom uso da inteligência artificial no sistema financeiro

Especialistas debatem como garantir o bom uso da inteligência artificial no sistema financeiro

Reinaldo Canato / Divulgação Unico / Agência Unico

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 1 de julho de 2024

No Febraban Tech, especialistas destacaram a importância da inovação e a necessidade da criação de regras para a segurança e o uso responsável

É preciso encontrar um equilíbrio entre fomentar a inovação tecnológica e garantir a proteção dos dados do consumidor e a estabilidade do sistema financeiro. Esta, ao menos, foi a análise dos especialistas que participaram do painel 'Inovação + proteção: o desafio da regulamentação na implementação de IA' no Febraban Tech 2024.

Durante 3 dias, o evento de tecnologia e inovação organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) trouxe à tona questões cruciais sobre a regulamentação da inteligência artificial (IA) no setor bancário.

De acordo com a pesquisa Febraban Tecnologia Bancária 2024, a utilização de IA pelos bancos brasileiros é diversificada: 75% usam biometria facial, 71% adotam chatbots, 67% implementam automação robótica de processos, 54% aplicam IA generativa, e 25% utilizam inteligência cognitiva.

As novas tecnologias estão transformando as interações bancárias e personalizando serviços e interfaces para atender às necessidades individuais dos clientes, o que aumenta a satisfação e a fidelidade. No entanto, o avanço da IA traz preocupações com relação à privacidade e à segurança. Por isso a regulamentação para IA não é mais uma questão de “se”, mas de “como”.

Data Protection Officer (DPO) da Unico – empresa especializada em identidade digital, Diana Tropper ressaltou a importância de uma regulamentação equilibrada, visando trazer transparência e conhecimento para as pessoas.

'Como é que a gente consegue chegar na inovação responsável? Acho que é o equilíbrio de trazer uma regulação que promova a inovação, que não seja um obstáculo, mas que também olhe para a proteção das pessoas e dos direitos fundamentais', destacou Diana.

Segundo a executiva da Unico, a regulação precisa criar um padrão comum para todos os agentes econômicos, garantindo uma competição justa e incentivando investimentos necessários para a segurança e proteção dos dados dos clientes. Nesse quesito, a tecnologia também pode aumentar a segurança e prevenir fraudes através de análises avançadas e proteção contra ciberataques.

É muito importante merecer a confiança do usuário, do titular de dados. E acho que trazer uma regulação propositiva, que estimule a educação, que estimule a transparência, é muito positivo', frisou Diana.

Importância da regulamentação da IA

Durante sua participação no painel, o diretor de Data e Analytics do Santander Brasil, Eduardo Sasaki, ressaltou que este é um dos temas mais importantes do momento.

'No Santander, acreditamos que proteção e a inovação são dois conceitos que não são antagônicos, mas complementares e o PL (projeto de lei) que está em discussão no Congresso converge para esse mesmo entendimento. Então, acredito que ela (regulamentação), para o setor bancário, favorece o desenvolvimento de soluções ainda mais robustas e escaláveis para, de fato, oferecer valores e serviços para os nossos clientes', disse Sasaki.

Atualmente, os sistemas de IA já são utilizados em decisões críticas, desde recrutamento até acesso a crédito. Consequentemente, a automatização de diferentes processos tem impacto direto na vida dos indivíduos.

Para a head global de Cross Franchise Transformation do Citi Bank, Tiffany Bigio, o caminho para as instituições financeiras é a criação de regulações globais.

Durante sua participação no painel, a executiva destacou que legislações distintas podem representar aumento de custos para o setor. 'Quando temos regulações diferentes em cada país, isso só aumenta o custo e a complexidade para implementação da IA pelos bancos globais'.

Segurança e experiência dos clientes

No setor bancário, é importante destacar também a transformação que a IA promove na segurança e na experiência do cliente. Antes dependente da expertise manual, a análise de transações agora é acelerada pelo uso da tecnologia, por exemplo. A inteligência artificial também ajuda na detecção de fraudes. 

'Existem instituições financeiras que avaliam mais de 200 variáveis no momento de uma transação do PIX, desde a geolocalização até a inclinação do telefone, quanto tempo o aplicativo está ligado, utilizando IA, inclusive, para prever riscos. Isso ajuda demais na questão da validação ou não desse tipo de transação', explicou o diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban, Ivo Mósca.

A IA também revolucionou o atendimento ao cliente. Um dos grandes bancos brasileiro, por exemplo, está testando um chatbot atendendo mais de 600 clientes com 90% de resolutividade. 'A inteligência artificial consegue encontrar um caminho e te apresentar a melhor solução, aprendendo a cada ponto de falha', informou Mósca.

O executivo destacou também o uso de biometria facial, que utiliza a IA para aprimorar a detecção de falsificações, garantindo maior proteção. 'A inteligência artificial consegue capturar esses eventos com uma visão muito maior do que antes desenhada pelas capacidades humanas. Então, isso aumenta drasticamente a segurança'.

Em termos de segurança de dados, o mercado também se destaca. Embora o Brasil seja o 6º país no ranking de vazamento de dados, o mercado financeiro se mantém resiliente e seguro ao longo de décadas. “Você pode ter certeza absoluta que seus dados estão ali seguros da forma mais protegida que a tecnologia atual pode nos permitir', finalizou.

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