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Na COP30, PLS defende construção de novas cadeias globais para minerais críticos
Dale Henderson destaca o potencial do lítio no Brasil. Warley Pereira / Agência Minera Brasil

Na COP30, PLS defende construção de novas cadeias globais para minerais críticos

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 17 de novembro de 2025

Dale Henderson disse que Brasil pode se tornar eixo estratégico da transição energética com governança robusta e novas cadeias produtivas. Para ele, estabilidade regulatória, parceria entre empresas e engajamento comunitário serão decisivos para o futuro do lítio no país.

Em um dos debates mais aguardados sobre minerais críticos na COP30 no Fórum Empresarial da AmCham Brasil, o CEO da PLS, Dale Henderson, afirmou que o mundo vive uma corrida inédita por lítio e que o Brasil tem condições únicas para se tornar um polo estratégico na nova economia verde.

A participação de Henderson ocorreu no painel “Blocos de construção da transição energética: o papel dos minerais”, onde o executivo destacou que o lítio — insumo central para baterias e tecnologias de armazenamento — está no centro do crescimento mais acelerado entre todos os minerais críticos. Henderson disse que era “um privilégio estar em Belém, no coração da Amazônia”, onde o debate global sobre clima e desenvolvimento sustentável ganha novos contornos. Ele apresentou a PLS como a maior produtor independente de lítio de rocha dura do mundo, responsável por 8% da oferta global, e destacou um marco importante: a primeira aquisição internacional da companhia – projeto Colina, em Salina MG – feita justamente no Brasil.

Segundo Henderson, o Brasil tem “uma oportunidade incrível. Possui riqueza mineral, tem capacidade de processamento, é um dos setores de mineração mais maduros e respeitados globalmente e oferece estabilidade e um ambiente que apoia o desenvolvimento sustentável.”

Para ele, essas condições explicam a entrada da companhia australiana no país e reforçam a aposta de longo prazo da PLS no Brasil.

Painel sobre minerais críticos na COP30 destacando o potencial do Brasil na transição energética.
COP30 reforça o papel estratégico dos minerais críticos. Warley Pereira / Agência Minera Brasil

Mercado jovem, volátil e dominado pela China

Henderson avaliou que o mercado de lítio deve continuar volátil, característica que ele atribui ao fato de se tratar de uma indústria ainda jovem, em expansão e com cadeias de suprimento globais incompletas.

“Hoje, a cadeia do lítio está essencialmente concentrada na China. O mundo todo se beneficia disso, mas, dada a perspectiva de crescimento, muitas outras cadeias serão necessárias.”

A fala confirma uma tendência já percebida por especialistas: diversificar a produção de lítio e reduzir a dependência da indústria chinesa tornou-se prioridade de países industrializados, investidores e empresas de tecnologia.

Questionado sobre quais políticas públicas são essenciais para que países consigam adquirir tecnologia e escalar a produção de minerais críticos, o executivo defendeu uma estratégia de múltiplos níveis.

Segundo ele, a construção de cadeias globais sustentáveis passa por governos. “É preciso estabilidade, clareza regulatória e continuidade. Onde for possível, infraestrutura também ajuda.”

Henderson disse que o setor privado não pode esperar apenas por políticas públicas: “As empresas precisam trabalhar juntas e aproveitar cada uma suas fortalezas.” Ele citou como exemplo os movimentos da PLS no mundo: joint venture para uma planta química na Coreia do Sul, parcerias com empresas químicas na China e investimentos internacionais, incluindo o Brasil.

Engajamento comunitário

Para o executivo, este é o elemento mais decisivo. A comunidade precisa ser envolvida desde o início. “Tive o privilégio de estar com a comunidade local na terça-feira (12/11) e foi inspirador ver a colaboração tão próxima.”

“Não é só responsabilidade do governo”

Henderson fez ainda um alerta sobre discursos simplistas que atribuem aos governos toda a responsabilidade por acelerar o setor de minerais críticos. “Muitas vezes o governo é responsabilizado por não fazer o suficiente, mas a verdade é que vários níveis precisam trabalhar juntos.”

Ele concluiu sua fala reforçando que a PLS vê no Brasil um dos ambientes mais promissores do mundo para o desenvolvimento sustentável do lítio, e que pretende expandir sua atuação no país.

A fala do CEO da PLS soma-se a uma sequência de posicionamentos de empresas globais que veem o Brasil como alternativa estratégica para o fornecimento de minerais críticos. Com vastas reservas, maturidade regulatória e crescente protagonismo na COP30, o país surge como peça chave na reconfiguração das cadeias produtivas que darão sustentação à transição energética.

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