Hub digital aproxima empreendedores e trabalhadores da gastronomia paulistana

Iniciativa vinculada ao Observatório da Gastronomia da Prefeitura de São Paulo faz parte da missão de aprimorar o ambiente de negócios do setor.

Poucas cidades do mundo oferecem diversidade gastronômica comparável à de São Paulo. A qualquer hora do dia ou da noite, moradores e turistas dispõem de uma grande variedade de opções: é possível encontrar estabelecimentos especializados em mais de 50 tipos de cozinha, tanto regionais brasileiras quanto internacionais.

Dos 23 mil estabelecimentos comerciais em funcionamento na capital paulista, cerca de 9 mil são restaurantes e similares – para experimentar todos, seria preciso comer fora diariamente durante 25 anos. O setor, de grande relevância econômica, gera quase 400 mil empregos.

Funcionar como uma ponte entre os empresários do setor de gastronomia e as pessoas que gostariam de trabalhar na área é um dos objetivos do hub digital que está sendo lançado pelo Observatório da Gastronomia da Prefeitura de São Paulo, iniciativa da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET). Mesmo com a menor taxa de desemprego (5,4%) registrada na cidade desde 2012, quando começou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), ainda há muitas vagas em aberto no setor.

Diante da forte concorrência pela força de trabalho, o caminho para preencher essas vagas e reduzir a rotatividade nos empregos em restaurantes e similares passa por tornar mais atraentes as condições oferecidas aos trabalhadores. Ao mesmo tempo, é preciso qualificar as pessoas que ainda estão desempregadas para ocupar essas posições. O hub atuará nas duas pontas, com cursos de qualificação para empregadores e funcionários e um amplo material de informação sobre o mercado e as políticas públicas relacionadas ao setor.

“Além de ser um motor para a economia da cidade, a gastronomia paulistana é um ecossistema de inovação, de empregabilidade e de desenvolvimento. Nesse cenário, políticas públicas se tornam fundamentais para estruturar e potencializar a força do setor”, disse o secretário da SMDET, Rodrigo Goulart, em vodcast sobre o lançamento do hub de inovação promovido pelo Estadão Blue Studio, conduzido pela jornalista Michelle Trombelli.

Troca de experiências

O secretário lembra que todos os segmentos da gastronomia paulistana, dos pequenos estabelecimentos às grandes redes – além de diversas entidades relacionadas ao setor -, já estão bem integrados ao Observatório, espaço de articulação direcionado ao fortalecimento da cadeia da alimentação e da gastronomia.

O Observatório atua por meio de comitês temáticos, que têm o objetivo de unir a expertise dos diversos atores de forma a potencializar a busca por soluções no setor da alimentação. Algumas das atividades são reuniões periódicas e eventos para promover a integração e a troca de experiências.

Agora, o hub digital surge como uma ferramenta para potencializar os objetivos da iniciativa, proporcionando agilidade e uma série de facilidades para quem integra a cadeia da gastronomia na cidade – órgãos e instituições municipais, associações, cooperativas, ONGs, instituições de ensino, sindicatos, chefs de cozinha, bares, restaurantes, empresas do setor de alimentação e de distribuição, comida de rua e produtores agrícolas.

A aproximação entre o poder público municipal e o setor se tornou especialmente facilitada pelo fato de Goulart ser um empresário da gastronomia, proprietário de estabelecimentos especializados em comida árabe e baiana. Ele estava cumprindo o terceiro mandato como vereador quando se licenciou para aceitar o convite do prefeito Ricardo Nunes, interessado em ter na pasta alguém com vivência real no mundo do empreendedorismo, já que a missão da SMDET é trabalhar para melhorar e qualificar o ambiente de negócios.

“É um trabalho que vem dando resultados excelentes ao longo dessa gestão. Além do menor desemprego da série histórica, a cidade ganhou mais de 800 mil novas empresas nos últimos cinco anos”, descreve o secretário. Ele enfatiza que, além da criação de novos negócios, 10% dessas empresas transferiram a sede de outras cidades para a capital paulista.