Receita de herança: o legado de família que mantém viva a pizzaria mais antiga do Brasil
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 7 de agosto de 2025
Com mais de 100 anos de história, Castelões Cantina e Pizzaria é reduto de memórias da pizza paulistana e também da relação de amor entre pai e filho
Localizada no Brás, onde São Paulo pulsa entre o comércio e as tradições mais autênticas da cidade, a Castelões Cantina e Pizzaria que, com mais de um século de existência, é a pizzaria mais antiga do Brasil em funcionamento, também é palco de uma herança familiar que atravessa gerações, preservando memórias, ensinamentos e vínculos que se confundem com a própria história do município.
Entre o calor do forno a lenha, prateleiras de vinhos meticulosamente organizadas e o aroma inconfundível de tomates frescos e linguiças artesanais, Fábio Donato, restaurateur, descobriu seu propósito. Desde pequeno, acompanhava o pai João Donato, nas idas até o Mercado Municipal, onde aprender a escolher queijos, cogumelos, salsinha e outros insumos necessários para a confecção das pizzas, tornou-se um rito de passagem. Mesmo sem saber, foi ali que começaram os primeiros passos de quem assumiria o comando da Castelões Cantina e Pizzaria décadas mais tarde, após a partida do avô, Vicente Donato, e do pai.
Fundada em 1924, por Vicente Donato e Ettore Siniscalchi – ambos de origem italiana, respectivamente Calábria e Nápoles, a casa foi pioneira na confecção de uma das pizzas mais tradicionais do país: a Castelões que, coberta com molho de tomate fresco, mussarela e calabresa artesanal feita com linguiça especial, ajudou a dar origem à pizza calabresa, o sabor atualmente mais consumido do Brasil. Foi com esse ingrediente que Fábio começou a “trabalhar” na cantina. Aos cinco anos, sem poder mexer com as facas, o pequeno tinha a missão de selecionar as linguiças, colocar todas no mesmo tamanho para depois o pai poder secar, amarrar e preparar para fazer o corte.
Mais tarde, ainda na adolescência, vieram os documentos, idas aos bancos, e uma imersão precoce na rotina de um negócio familiar. Mas o que poderia soar como uma sucessão natural é, na verdade, um compromisso que Fábio assumiu com emoção e reverência. “Honrar meu pai e meu avô é uma responsabilidade diária. Tudo o que faço aqui dentro é reflexo dos ensinamentos deles: palavra dada é palavra cumprida, respeito às pessoas acima de tudo e uma relação verdadeira com quem caminha ao meu lado, sejam fornecedores, clientes ou equipe”, compartilha o restaurateur da Castelões Cantina e Pizzaria.
Os ensinamentos do pai, ainda hoje, moldam cada decisão relativa à cantina. O respeito à diversidade, à igualdade e à dignidade das pessoas sempre fizeram parte da cultura da Castelões, mesmo antes disso virar pauta. A lembrança é de um pai à frente de seu tempo, que não distinguia gênero para definir salário e que enxergava todos, sem exceção, como iguais.
E se hoje a Castelões Cantina e Pizzaria, com as paredes de azulejos amarelos, forno centenário, toalhas quadriculadas, fotografias nas paredes e letreiro neon proporciona nostalgia para qualquer pessoa que adentra o ambiente, para Fábio, vai além: cada canto do salão, preserva relíquias para a alma como as madrugadas construindo aeromodelos feitos a quatro mãos, as pipas artesanais montadas com papel de seda e até os ensinamentos sobre formatos de balões. Histórias que dizem menos sobre gastronomia e mais sobre a delicadeza de um tempo compartilhado entre pai e filho, entre mestre e aprendiz, entre gerações que não fizeram somente pizza, mas cultivaram afeto. É esse ambiente familiar que faz da Castelões muito mais do que um apenas um restaurante e a transforma em um elo entre passado, presente e futuro.
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