Agência Minera Brasil
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 29 de outubro de 2024
Entre os dias 7 e 8 de outubro, São Paulo foi palco de dois importantes eventos para o setor de mineração no Brasil: o I Invest Mining Summit, realizado na sede da B3, e o IX Encontro de Executivos de Mineração, realizado na sede da ABIMAQ.
Tive a honra de participar de ambos, juntamente com profissionais ligados à ADIMB, ABPM, IBRAM, empresas, B3 e BNDES.
Sim, as entidades setoriais estão trabalhando cada vez mais em sintonia. Sim, temos vivenciado um momento especialmente positivo para o Brasil nestes tempos de impulso para uma economia de baixo carbono e transformação digital. Com a 3ª maior reserva de terras raras, a 5ª maior de lítio, a 5ª maior de urânio, entre outros minerais como sílica, manganês, e grafita, o nosso país encontra-se muito bem-posicionado frente aos desafios do novo arranjo geopolítico global, e todo o setor de mineração tem sido influenciado positivamente por este conjunto de fatores.
Os esforços empreendidos por diversos países, sobretudo Europa continental, Estados Unidos e Canadá, nos permitem impulsionar uma tão esperada diversificação da nossa produção, e oportunizando uma janela para que o Brasil tenha uma pauta de comércio exterior de produtos de origem mineral diversifica e não tão concentrada em minério de ferro como é hoje.
Entendo que três fatores principais ocorrem de forma contemporânea e tempestiva, e contribuem para as boas perspectivas em tela. O primeiro é a aproximação e trabalho em conjunto das três entidades setoriais: ADIMB, ABPM e IBRAM, em diversas frentes. O segundo se dá pela realização do Invest Mining Summit, que representa a cristalização de um trabalho que começou nos idos de 2014, impulsionado por executivos do setor junto às entidades setoriais acima, e que agora dá seus primeiros frutos. O terceiro ponto é a aproximação cada vez maior entre o setor mineral e as entidades da indústria, algo fundamental, mas não tão em voga até pouco tempo atrás. Aqui faço menção a uma aproximação para além das relações de consumidores e fornecedores. Neste sentido, a parceria ADIMB e ABIMAQ traduz de maneira muito clara o que se busca.
Participar da preparação destes dois eventos, realizados de forma consecutiva e na capital financeira do país, foi bastante conveniente, sobretudo se pensarmos que no Invest Mining Summit as discussões estiveram centradas em resolver questões como a do financiamento de empresas com projetos de mineração ainda não operacionais, e desenvolver mecanismos de acesso ao mercado de capitais e buscar que este entenda o que é o negócio de mineração em todas as suas etapas, desde a pesquisa mineral até o comissionamento de minas.
Ouvir do mercado financeiro brasileiro e internacional, parte interessada e em última análise fonte de recursos para fazer frente aos riscos geológicos, regulatórios e financeiros a que estão sujeitos os empreendimentos de mineração, enriquece o debate e nos força como mineradores a buscar soluções, que certamente serão eficazes se pensadas e criadas em conjunto.
Recentemente tivemos o lançamento exitoso do fundo setorial feito pelo BNDES, iniciativa de suma importância para alavancar projetos de pesquisa mineral em diversos estágios de avanço no Brasil. Isso importa. Segundo Pisani et al (2024) temos hoje cerca de 90 empresas com mais de 200 ativos de pesquisa mineral em diversos estágios de avanço no país. Isso tem valor, isso tem perspectiva de criação de mais valor, na medida em que alguns destes projetos avancem. Ao fim e ao cabo, serão poucos aqueles que um dia resultem em minas, mas sem dúvida iniciativas como o fundo do BNDES, outras similares que já vemos em gestação, a anunciada cooperação entre B3 e TSX, são todos frutos muito bem-vindos, e que nos permitem dizer: avançamos.
Marcos André Gonçalves Presidente do Conselho Superior da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro – ADIMB
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