Agência Minera Brasil
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 11 de outubro de 2024
Sigma Lithium, Aura Minerals, Bravo Mining e Brazilian Rare Earths são exemplos de empresas que entregam resultados consistentes aos investidores.
São Paulo – Durante o Invest Mining Summit 2024, realizado na sede da B3, executivos de grandes empresas do setor mineral compartilharam suas trajetórias e desafios enfrentados para consolidarem suas empresas no mercado de capital aberto. O painel Empresas Capital Aberto: Casos de Sucesso, moderado por José Ricardo Pisani, da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR), teve a participação de Rodrigo Barbosa (Aura Minerals), Ana Cabral (Sigma Lithium), Renato Gonzaga (Brazilian Rare Earths) e Alex Penha (Bravo Mining Corp.), que relataram os desafios e os caminhos percorridos pelas empresas que lideram em busca de capital para desenvolverem seus projetos.
Durante o debate, os executivos ressaltaram que a dificuldade encontrada pelo setor mineral brasileiro em captar recursos para projetos em fase inicial existe pela falta de uma cultura de investimento focada em projetos de mineração pré-operacional e a aversão ao risco por parte de muitos investidores. José Ricardo Pisani ponderou que trazer o mercado financeiro para o setor mineral é um grande desafio, principalmente pelo preconceito que há contra a mineração no Brasil e pelo impacto negativo deixado por alguns empreendimentos.
Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals, avaliou que país possui todos os elementos necessários para se desenvolver como um grande player mineral: potencial geológico, projetos de qualidade, acesso a capital e uma equipe técnica altamente capacitada. “A governança e a qualidade dos profissionais do setor de mineração no Brasil são impressionantes”, afirmou Barbosa.
Investidores com apetite
No entanto, Barbosa reconheceu que é preciso aumentar o interesse dos investidores locais por projetos ainda em fase de desenvolvimento, uma vez que o perfil predominante é de aversão ao risco. Ele fez uma provação à Faria Lima citando o case da Aura – listada na bolsa de Toronto e na B3, com BDRs – mostrando que é possível e tem investidores com apetite.
“Olhem os casos que foram apresentados aqui. A Aura saiu de US$ 20 para quase US$1 bi, a Bravo US$ 500 milhões, terras raras US$ 500 milhões. A Sigma é multbilly. Tudo isso na maioria das vezes com investidores fora do Brasil, investindo no Brasil. Não é a hora do brasileiro investir para ter esse benefício? Indagou Barbosa.
Ele reconheceu, no entanto, que disputar com o CDI não é uma tarefa simples, mas que o setor mineral oferece oportunidades. “Se aprofundem, analisem, ganhem experiência. É isso que precisa, ganhar musculatura para criar confiança, porque vai ter oportunidades.”
Transparência é a chave para atrair confiança dos investidores
A cultura de trabalho 24/7, típica do Vale do Silício e da Ásia, foi crucial consolidar a Sigma Lithium como um dos maiores complexos minero-industrial de lítio do mundo, afirma Ana Cabral, CEO da companhia, que está caminhando para dobrar sua produção com a construção de uma segunda planta de beneficiamento de lítio verde e carbono zero, financiada pelo fundo clima BNDES, prevista para entrar em operação em 2025.
São Paulo – Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, afirmou durante o Invest Summit, na B3, que ser transparente e realista nas projeções é uma atitude importante para conquistar a confiança dos investidores. Ela disse que a transparência foi um fator determinante para a companhia atrair investidores de referência como a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo.
Ana Cabral disse também que o Brasil é um ator global neutro que dialoga com vários países. Segunda ela, é uma vantagem competitiva. “Essa neutralidade dá ao Brasil certo protagonismo em pautas complexas. Todos os investidores são bem-vindos. Então está aí para Bovespa uma vantagem competitiva”.
Ana Cabral citou ainda que existe grupos de capitais órfãos buscando oportunidades que poderiam investir nas empresas juniores brasileiras. Ela conta que esses grupos estão migrando para a África. E questiona: por que não aqui? Por que não no Vale do Jequitinhonha? Por que não desenvolver nossas pessoas? Essa é uma discussão como brasileira que eu trago lá fora.
Proteção ao risco
Ela avalia que para desenvolver o mercado de capitais os reguladores atuais do setor precisam organizar um ecossistema de proteção ao risco para atrair capital utilizando as melhores práticas dos mercados canadense e australiano.
“Quando esses reguladores se juntarem para esse projeto usando melhores práticas desses mercados de ação que são referência mundial no segmento cria-se um ambiente de proteção institucional ao risco. Ou seja, as diretorias das empresas e seus auditores externos minerais passam a ter responsabilidade fiduciária sobre os relatórios técnicos que publicam. Da mesma forma que os auditores contábeis e a diretoria da empresa tem responsabilidade fiduciária sobre as demonstrações financeiras. Daí passamos a atrair esses investidores com perfil de capital de risco para a nossa bolsa de valores”.
Ana Cabral mencionou que levou 12 anos de trabalho contínuo para construir a empresa, hoje uma referência global na produção industrial de lítio verde. Destacando ainda que, um dos principais pilares para o sucesso da companhia foi a dedicação obsessiva e a aplicação de tecnologia de ponta no desenvolvimento de tecnologia de beneficiamento, construindo a primeira planta industrial de lítio carbono zero do mundo no Brasil, competindo de igual para igual com players globais da China, Austrália, Estados Unidos. “A cultura de trabalho 24/7, típica do Vale do Silício e da Ásia, foi crucial para chegarmos até aqui”, afirmou.
A Sigma Lithium está listada na Nasdaq (Nova York, EUA) e também na bolsa de Toronto, no Canadá. No Brasil, na B3, a empresa é negociada através do BDRs. E, em dois anos de operação se consolidou como um dos maiores complexos minero-industrial de lítio do mundo e está caminhando para dobrar sua produção com a construção de uma segunda planta de beneficiamento de lítio verde e carbono zero, financiada pelo fundo clima BNDES, prevista para entrar em operação em 2025.
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