Agência Minera Brasil
AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Conteúdo de responsabilidade da empresa 20 de setembro de 2024
Potencial do país para liderar a corrida global pela descarbonização foi tema da conferência do clima realizada pela Universidade de Columbia em Nova York
O Brasil precisa estar envolvido nas principais discussões globais sobre a transição energética, avalia Rachel Maia, empresária e conselheira administrativa da Vale, do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e do Pacto Global da ONU.
“É essencial olhar para o hemisfério sul do planeta. Nós somos peças-chave nesse processo. Se nossos principais atores ainda não foram convidados para essas conversas globais, que comecem a ser chamados a partir de agora”, reforçou Maia durante o painel `Minerais Críticos no Brasil: Uma Fonte Confiável para a Transição Energética Global’, que foi parte do evento Brazil Climate Summit, realizado nesta quarta-feira (18) em Nova York.
A lista de minerais críticos abrange lítio, cobre, alumínio, níquel, zinco e outros, que são fundamentais para a transição energética, uma vez que são usados na produção de baterias elétricas, turbinas eólicas e painéis solares, entre outros.
Daniel Abdo, diretor de Relações com Investidores da Sigma Lithium e parceiro de Rachel Maia no painel, destacou que o Brasil possui o potencial para se tornar um grande industrializador de insumos carbono zero produzidos de forma éticas e socialmente sustentável. O carbono zero e’ viabilizado não só por tecnologia industrial verde como também pela energia renovável cobrindo todo o território nacional a custos viáveis.
“Custo baixo e rastreabilidade é o nome do jogo agora, pois os preços dos insumos de baterias estão em baixas históricas da década. No Brasil, a indústria de lítio se destaca nesse aspecto. O custo de energia para uma empresa no Brasil é de apenas dois centavos.”
A rastreabilidade e a sustentabilidade do lítio brasileiro são diferenciais relevantes. “A Sigma Lithium produz o chamado lítio verde quíntuplo-zero, que é totalmente rastreável, não tem barragem de rejeitos, não gera emissões de carbono, nem utiliza químicos nocivos ao meio ambiente, além de não utilizar água potável nem fontes de energia não renovável.”
Para o executivo, a adoção dos critérios mais elevados do mundo de sustentabilidade social é um aspecto importante na produção da empresa. “Nós investimos em projetos que transformam a vida da comunidade de forma duradoura. Um exemplo disso é o `Dona de Mim’, um programa de microcrédito que incentiva o empreendedorismo feminino no Vale do Jequitinhonha e o programa de irrigação para agricultura de subsistência. Assim, aliamos produção carbono zero sustentável a ações de impacto social”, finalizou.
Além de Rachel Maia e Daniel Abdo, o painel contou com a participação de Moerenhout, professor da Universidade de Columbia, e foi mediado por Erik Schatzker, diretor editorial da Bloomberg nos Estados Unidos.
Investimentos para neutralizar emissões
Outro ponto alto do evento foi o painel ‘Construindo o Ambiente de Negócios para Vencer a Corrida Rumo à Neutralidade de Carbono’, que teve a presença de Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
De acordo com Costa, o Brasil ocupa uma posição de destaque em relação a outros países na transição energética. “O país é uma das poucas nações do G20 com potencial para alcançar a neutralidade de carbono antes de 2050. Temos recursos abundantes e uma matriz energética limpa, integrada e competitiva”, declarou.
Atualmente, o BNDES é o maior banco de desenvolvimento da América Latina. Recentemente, a instituição aprovou um financiamento de R$ 486,7 milhões para a Sigma Lithium implantar a segunda unidade de beneficiamento sustentável de lítio quíntuplo-zero. Com recursos do Novo Fundo Clima, a empresa dobrará a produção de concentrado de lítio, mineral essencial para as baterias de veículos elétricos.
Brasil e a COP 30
No último painel do dia, o embaixador André Correa do Lago discutiu a preparação do Brasil para a COP 30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025. “É uma oportunidade para o Brasil reafirmar seu papel como líder em questões climáticas, promovendo discussões sobre desmatamento, financiamento sustentável e a transição energética em um cenário de urgência climática”, afirmou o diplomata, que possui ampla experiência na Ásia e na Índia, sendo um dos mais fortes candidatos para a presidência da COP 30, por combinar a diplomacia e formação técnica.
Lago também enfatizou a importância do financiamento da transição energética, especialmente em países de renda média como o Brasil. “É crucial incentivar e atrair investimentos privados. As mudanças climáticas não devem ser tratadas como um assunto específico, mas sim como uma questão que permeia todos os investimentos. Os países precisam ter planos de médio e longo prazo que incluam considerações climáticas. Essa abordagem ajudaria a criar um ambiente mais favorável para investidores privados”, destacou.
O embaixador lembrou que o Brasil é um campeão climático, com alta proporção de energia gerada a partir de fontes renováveis.
Sobre o Brazil Climate Summit 2024
Esta foi a terceira edição do Brazil Climate Summit, evento realizado na Universidade de Columbia que destaca o papel do Brasil na corrida global pela descarbonização. O encontro reúne empresários, empreendedores, ativistas, investidores, estudantes e acadêmicos para posicionar o país perante a comunidade internacional como uma potência em soluções para a crise climática.
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