Principal executivo da empresa no Brasil, diz que, até julho, varejista chinesa pretende chegar a 200 fábricas com parceria assinada; em três anos serão duas mil fábricas produzindo para suprir demanda de consumo no País
6 de junho de 2023
A gigante de e-commerce de moda Shein anunciou a nacionalização da produção no Brasil e já possui 151 fábricas têxteis operando no país. O plano da empresa é alcançar 200 unidades nos próximos meses e chegar a dois mil pontos fabris em até três anos. A produção nacional já está sendo vendida na plataforma. O Brasil é o primeiro mercado onde a Shein implementa um modelo de produção própria para as peças vendidas. A empresa pretende replicar sua cadeia logística e conhecimentos utilizados na produção chinesa. A Shein investirá cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro, o que pode gerar até 100 mil empregos indiretos nos próximos três anos. A empresa também abriu seu site como um marketplace para vendedores brasileiros. Atualmente, a Shein possui fábricas parceiras em 11 estados brasileiros e planeja atingir 200 unidades até julho deste ano.
A Shein planeja produzir as peças no Brasil, acreditando que será mais barato do que importá-las da China devido aos altos custos logísticos. O objetivo da empresa é oferecer peças com o mesmo preço ou até mais baratas com a produção nacional. No entanto, a Shein precisa auxiliar as fábricas locais a desenvolverem tecnologia e compreender seu modelo de negócio. A empresa não trabalha com estoques, produzindo sob demanda, o que reduz custos, mas requer um processo de produção mais complexo. Os custos indiretos no Brasil, como carga tributária, logística e segurança, podem ser desafios para a nacionalização. Apesar disso, o presidente da Shein para América Latina acredita que investir no Brasil é desafiador, mas não impossível.
A Shein pretende expandir sua malha produtiva no Brasil por meio de parcerias “uberizadas” com fábricas locais, utilizando tecnologia para facilitar a transferência de conhecimento, informações de pedidos e produção das peças. A empresa busca revitalizar o mercado têxtil brasileiro e já identifica interesse das fábricas em estabelecer parceria. No entanto, a nacionalização da produção da Shein dependerá da forma como a empresa lidará com questões tributárias e trabalhistas no mercado brasileiro. O projeto de expansão também pode ser impactado pela recessão econômica e perda de poder de compra dos consumidores brasileiros. Apesar das acusações de concorrência desleal, o presidente da Shein destaca que a vantagem competitiva da empresa está na eficiência logística, e não na tributação. Ele apoia a aplicação de impostos sobre os sites de compras desde que isso não afete os consumidores finais.
A gigante no segmento da moda planeja nacionalizar a produção no curto prazo para o mercado interno, mas no futuro, dependendo dos resultados, pretende exportar itens de moda fabricados no Brasil para países da América Latina e outros mercados globais. No entanto, especialistas destacam que o sucesso desse plano dependerá da organização do polo de fabricação da empresa no país e da identificação dos produtos com maior potencial de exportação, considerando as diferentes áreas de eficiência e deficiência do setor têxtil local.
Matéria produzida pelo jornalismo do Estadão e otimizada por IA. Fonte: www.estadao.com.br
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