Marcas Contectadas Tech: Roberto Fabri

VP de Conteúdo da CCXP

22 de novembro de 2023

Marcas Contectadas Tech: Roberto Fabri

O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas Tech. #aproveiteoconteúdo

1. Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?
Vejo dois desafios grandes: lutar contra a cultura do imediatismo que temos cada vez mais instalada nas empresas, que deixa turva a visão de objetivos de curto prazo com os de longo prazo. Construção de marca é uma maratona e não uma corrida de 100 metros. Dando um passo por vez. Segundo ponto é sobre a consistência de guides de marca como tom, voz e visuals entendendo a multiplicidade de canais e individualidade dos pontos de contato, sem perder a agilidade e eficácia. 

2. Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?
Não dá para negar a efetividade de planos bem executados de marketing de influência, mas não podemos dizer que é a principal ou que é a mais importante. Podemos dizer que é uma das mais recentes e populares ferramentas para buscar uma amplificação de alcance.
O que eu vejo é que muitas empresas acabam confundindo influência com popularidade e atribuem como parte tática o uso de grandes criadores de conteúdo apenas como mais um canal de mídia de alto impacto, mas que acabam esquecendo, de olhar para o consumidor que é o grande influenciador do dia a dia e a razão de qualquer marca existir.
Caminhamos muitos anos de um modelo de comunicação unilateral para uma modelo em que marcas e consumidores se comunicam a todo momento e é importante ouvi-los e resolver as questões que eles trazem. É isso que dá valor, verdade, qualidade e leva os consumidores para esse espaço de pertencimento. É importante cuidar dos clientes, os reais influenciadores, antes de cogitar a utilizar criadores de conteúdo relevantes para amplificar sua marca. Se a marca, produto ou empresa tiver problemas, usar essa ferramenta pode desencadear uma verdadeira crise.

3. Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do game?
Assim como o marketing de influência, o universo dos esports é um dos diversos meios que podem contribuir para uma estratégia de marca e produto bem-sucedida. 
Falo isso porque a CCXP faz parte da Omelete Company, uma dos maiores e mais influentes grupos de entretenimento do país, e temos no grupo diversas marcas (Omelete, The Enemy, Big Festival, Gaules e Baiano) que compõem públicos mistos, muitas vezes que possuem gostos semelhantes, mas que também há vontades bem únicas e particulares. O importante é avaliar o que faz sentido para a sua marca e identificar onde o seu público de fato está.

4. Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?
Para acima de qualquer ganho de eficiência e produtividade que são grafados por diversos estudiosos, enxergo que é um momento oportuno para as empresas trabalharem de forma consistente e aprimorada a relação de transparência com o consumidor.
Os modelos de negócio baseados em aplicações de IA e da Web3 devem levar em consideração que há um movimento global pela melhoria da segurança de dados pessoais e que cada vez mais a população está consciente que seus dados são extremamente valiosos. Esses dados, a partir de agora, serão fornecidos apenas para quem tiver a plena confiança dos consumidores.5. O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?
No contexto atual: valores, a verdade e o propósito alinhados ao que se passa na sociedade. Mais do que nunca as marcas são feitas por pessoas e para pessoas e as empresas possuem um papel social importante nessa equação.