Fundador e CEO, Conversion
24 de janeiro de 2024
O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas Tech. #aproveiteoconteúdo
1.Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?O maior obstáculo para a construção de marca no cenário atual é o entendimento do papel dela. Algumas empresas ainda têm o pensamento de que o que vende é produto e preço, mas essas estão ficando para trás. Uma outra parcela das empresas vê que branding é uma forma de se diferenciar da concorrência, criando valores, percepções e outros tipos de conexão mais profundas — o que é incontestável. Mas a verdade é que uma marca ainda é muito mais que isso: ela passa por toda a experiência do cliente e pode ser o principal motor de crescimento do negócio. Por exemplo, as pessoas quando querem comprar um celular já buscam iPhone no Google. Meu conselho é fazer uma marca buscada, seja um dentista, uma pizzaria local ou uma empresa global.
2.Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?Eu aposto que no futuro sim. Vejo que a internet está cada vez mais complexa e as redes sociais como a conhecemos morreram. Agora, com o TikTok e o Reels, por exemplo, vemos muito menos conteúdo da nossa rede social e mais conteúdo sugerido pelo algoritmo, de pessoas que não conhecemos e não mais de nossos amigos ou influenciadores que seguíamos!Como consequência passamos a acompanhar mais eles e a descobrir mais. Eu acredito que esta tendência ainda vai crescer bastante e que ainda estamos numa fase embrionária do marketing de influência. Em um breve futuro, as empresas precisarão que seus CEOs sejam influenciadores, ou terão de contratar alguns muito bem alinhados com a marca.
3.Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do game?Me parece muito radical dizer que está fora do game. Sem dúvida nenhuma, os e-sports ganham cada vez mais espaço e representatividade, especialmente entre as gerações mais novas. Mas não acredito em algo one-size-fits-all: os e-sports têm um peso relevante, mas exceto para marcas que precisam daquele nicho acredito que há muito mais oportunidades fora do universo.
4.Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?Eu vejo IA e Web3 de formas bem diferentes. Ainda sou cético em relação à segunda, mas um grande entusiasta da primeira. As novas tecnologias de IA generativa já são capazes de realizar análises de planilhas complexas que bons profissionais poderiam levar dias e tornar pequenas tarefas muito mais produtivas. Em um breve futuro, a IA será capaz de criar conteúdo com autonomia e estaremos em um mundo cada vez mais cheio de informação. As marcas precisarão aproveitar isso, mas ao mesmo tempo esse movimento vai tirar a personalidade de todo mundo, de modo que só apertar o botão da IA tornará tudo homogeneizado. As marcas precisarão ser cada vez mais humanas e criativas para se diferenciar e conquistar os clientes. A IA torna o branding mais importante!
5.O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?A experiência que ela proporciona para o cliente. Branding pode ser explicado pela experiência que uma pessoa sente em cada ponto de contato com a marca. A cada interação com a marca, seja no produto ou no conteúdo, o consumidor tem um determinado sentimento. Quando esse sentimento é bom, a marca ganha pontos; quando é negativo, perde. Quanto mais pontos positivos, mais a marca será preferida pelo consumidor. Se tiver um índice muito positivo, será considerada uma marca forte. Mas esse índice pode ainda ser tão forte, que a marca se torne o principal fator de crescimento de uma empresa. Isso acontece quando as pessoas procuram pro-ativamente a sua marca, como no exemplo do iPhone que eu dei.
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