Marcas Conectadas Tech: Claudine Bayma

Diretora Geral do Kwai Brasil

25 de março de 2024

Marcas Conectadas Tech: Claudine Bayma

O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas Tech. #aproveiteoconteúdo

1) Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?
Em um ambiente de mercado maduro já consolidado, especialmente quando se é o novo entrante, a diferenciação desempenha um papel crucial. Atualmente, com estratégias de comunicação mais focalizadas e um público mais criteriosamente escolhido, é vital desenvolver uma comunicação segmentada e eficaz. Dominar o uso adequado de ferramentas, escolher os momentos certos e direcionar mensagens específicas para públicos distintos torna-se fundamental nesse processo. As redes sociais são formadas por comunidades, com interesses específicos e demandas próprias, oferecer uma experiência positiva e exclusiva para estes é muito importante.

Para que isso ocorra, é importante que se conheça em detalhe a base de usuários da plataforma, seu hábito de consumo de conteúdo, interesses, horários de atividade, engajamento, entre outras particularidades. Depois disso, é imprescindível compreender a “voz” desse usuário, com o qual se deseja aproximar. Nesse estágio, deve-se pensar a forma de comunicação que tem mais aderência, para que o conteúdo agregue valor ao dia a dia do usuário e ao que ele está buscando. Queremos ser uma plataforma que agrega, que gere valor através de nosso conteúdo.

Por exemplo, sabemos que o brasileiro é fã das tradicionais novelas televisivas. E uma das nossas apostas é no potencial de engajamento que a linguagem desse tipo de dramaturgia, transportado para um modelo de social media, tem para captar uma audiência com esse potencial gigantesco, que é o caso do público brasileiro.  Queremos oferecer novas formas do usuário ter uma experiência complementar à vivida nos canais mainstream.

2) Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?
Cada desafio demanda uma abordagem distinta, adaptada à situação específica. O Marketing de Influência é, indiscutivelmente, crucial, mas deve ser visto como parte integrante de uma estratégia mais abrangente, desempenhando um papel específico dentro de um conjunto maior de táticas. É essencial contar com influenciadores comprometidos, alinhados com a essência da marca. Não se trata apenas de métricas numéricas como tamanho da base e engajamento, mas também da autenticidade da mensagem, que deve ser verdadeira e relevante para o público do influenciador com o qual se está colaborando.

Por exemplo, temos aqui no Kwai uma ferramenta chamada Creator Marketplace, em que as empresas podem consultar dados analíticos de diversos perfis de criadores de conteúdo da plataforma, além de resultados de ações que o influenciador tenha realizado anteriormente. Isso permite uma comunicação mais eficiente e facilita a escolha dos nomes certos para uma possível campanha com marketing de influência.

Para além do marketing de influência, pensamos sempre, de maneira estratégica, sobre como dialogar de forma apropriada com a audiência brasileira. O marketing de influência está no guarda-chuva dessa estratégia, mas não caminha por si só se não estiver amparado por um plano de reputação e marca, que ainda engloba mídia, RP, patrocínio, entre outras iniciativas. 

3) Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do game?
O e-sports é um segmento que representa uma parcela de nicho na indústria de jogos, movimentando atualmente de 2% a 3% do total da receita do setor. Contudo, mais crucial do que a participação nos e-sports é a capacidade da marca de estabelecer uma conexão intrínseca com a comunidade, posicionando-se onde os gamers estão. Novamente, se não houver uma conexão legítima, alinhada com um plano de reputação e marca, qualquer iniciativa de associação, como patrocínio ou produção de conteúdo, pode ser em vão. Isso abrange todas as categorias de jogadores, como o popcorn gamer, party gamer, casual gamer e hardcore gamer. 

A geração Z, nascida conectada e com voz ativa, encontra nos jogos uma plataforma de entretenimento que oferece interação e troca incomparáveis. Marcas que não se inserirem nesse universo e não encontrarem seu espaço enfrentarão desafios significativos no futuro. No entanto, há diversas maneiras de participar da indústria, sendo o e-sports apenas uma delas. E essa ponte deve ser feita de maneira gradual, legítima e natural. Não adianta patrocinar um programa de grande audiência somente pela capilaridade com o grande público se não há fit cultural.

4) Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?
Aproveitar a inteligência artificial de maneira ética,  visando estabelecer uma conexão mais orgânica e natural com o público. Esse tipo de solução pode nos ajudar, enquanto empresa, a compreender a fundo os comportamentos dessa parcela, aprendendo positivamente com seus hábitos. Isso possibilita a oferta de produtos e serviços aprimorados, resultando na construção de relacionamentos mais estreitos e significativos.

5) O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?
Tornar-se uma marca relevante envolve fornecer conteúdo que tenha alguma diferença na vida das pessoas, no momento e local em que o usuário necessita. Essa relevância está intrinsecamente ligada à capacidade de adicionar valor e conectar comunidades. É essencial criar um ambiente atraente e distintivo, apresentando uma proposta única dentro de sua categoria. No nosso contexto, isso significa impulsionar o entretenimento, fornecer conhecimento útil e relevante, inspirar e fomentar a participação ativa dos usuários e das comunidades. As empresas globais que entenderem essas particularidades têm um diferencial e valor agregado.