Marcas Conectadas Tech: Ânderson “Droust” Pillar

Diretor criativo Co-fundador da Pixel Hunters

5 de março de 2024

Marcas Conectadas Tech: Ânderson “Droust” Pillar

O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas Tech. #aproveiteoconteúdo

1) Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?
Acredito que hoje em dia há uma cultura muito grande de “evitar comerciais”, com o advento de adblockers e similares – tendo isso em mente, o maior desafio é se conectar com consumidores de uma maneira que não gere sentimentos negativos neles. Mercados mais nichados e especializados podem ser excelentes ferramentas para reduzir esse sentimento, pois essa sensação de comunidade e ser apoiado contribui muito para reduzir esses sentimentos negativos. Dentre esses nichos, ativações e campanhas dentro de jogos vêm ganhando força, junto a anunciantes, como acontece no caso de Fortnite, por exemplo.


2) Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?
Acredito que sim, inclusive por várias das razões citadas acima. Influenciadores em sua essência são criadores e cativadores de comunidades – pessoas tendem a ter opiniões mais positivas e serem mais receptivos com formadores de opinião de quem gostam. Além disso, como muitos são ultra nichados, existe uma facilidade maior em mirar um público alvo muito específico, permitindo fazer uma publicidade qualificada para um grupo de pessoas que já tem predisposição para com produtos do seu ramo. 

3) Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do game?
De certa forma, sim. Os e-sports têm crescido de maneira saudável nos últimos anos, e tendem a se estabilizar com a passada deles. Não é necessariamente uma forma de mídia que funciona para todos, mas as marcas que não estiverem cientes da existência dela como opção, pode deixar oportunidades excelentes de lado. Assim como no marketing de influência, o senso de comunidade e de apoio ao cenário é muito forte dentro dos e-sportes, e cases de sucesso onde marcas se atrelaram a eventos de forma orgânica já geraram situações incríveis para marketing de marca – um dos exemplos mais usados é o da DHL, que teve tanta aprovação do público na sua entrada no cenário em 2017-2019 que era comum você ter estádios cheios cantando o nome da marca em aprovação a ativações bem-sucedidas.

4) Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?
Acredito que a maior oportunidade dentro de IA está principalmente em quanto a ferramenta facilita limpeza de dados e auxilia a interpretar eles de melhor forma, facilitando o BI de uma marca. No momento atual, ainda há uma resistência muito grande a peças publicitárias que usam da ferramenta, podendo gerar repercussão negativa caso o uso da mesma seja identificado, então ainda há um timing a se ficar atento aqui. Quanto a web3, acredito que o público geral ainda não está em um nível de entendimento que possibilita ser usado como ferramenta de maneira consciente – tivemos um boom alguns anos atrás, mas houve um contra-movimento muito grande e falta de informação de todos os lados deixou a sensação de que é um assunto muito complexo ou que ainda precisa de amadurecimento antes de ser massificado.

5) O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?
Olhando para todas as demais respostas anteriores, acredito que a palavra-chave mais utilizada foi “conectar” – uma marca no mundo atual, onde existem inúmeras formas de mídia para atingir inúmeros nichos diferentes, precisa de uma forma de se conectar mais pessoalmente com o consumidor. Há um nicho de pessoas que rejeitam quase por completo a ideia de comerciais tradicionais, então para se destacar parece necessário entender como chegar nesses consumidores de maneira não-intrusiva. Uma alternativa viável para isso é criar espaços e experiências para que os usuários possam consumir nos seus termos, criando um vínculo voluntário com a marca, como é o caso das campanhas que criamos dentro do modo criativo do Fortnite.