Marcas Conectadas: Fernanda Grams

Diretora de Planejamento e Conteúdo (Comunicação Efetiva) da Jüssi

13 de junho de 2023

Marcas Conectadas: Fernanda Grams

O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas. #aproveiteoconteúdo

1. Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?
O maior desafio é encontrar critério comum para unir um mercado separado em dois pensamentos: os tributários da performance e os tributários do Brand Building. É uma ponte complexa entre os KPIs de brand health e os KPIs de performance no negócio: a cada real gasto com construção de marca, quanto diretamente retorna como aceleração de vendas? E quando? Na mesa dos CMOs hoje, o dilema muitas vezes ainda é: se eu tiver apenas um real e a sobrevivência do negócio depender dele, onde haverá mais retorno? Investir em marca ajuda diretamente nas vendas, mas grande parte do mercado não conseguiu consolidar um modelo metodológico para dizer de quanto é esse ‘ratio’.

2. Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?
A influência é a nova fronteira do marketing. Certamente, está entre as principais estratégias de comunicação, gerando uma economia criativa maior a cada dia, mas o marketing de influência precisa andar junto com a construção de comunidades e estar em nichos onde acontecem conversas importantes para as marcas. Ou seja, vale trazer a influência para a estratégia de comunicação quando se pensa menos em celebridades e mais em construção de comunidades com pessoas que advogam pela marca. 

3. Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do ‘game’?
Não acho que a grande pergunta seja sobre os games, mas, sim, sobre as experiências de metaverso e de comunidade. De um lado, os signos de uma experiência imersiva, em que os games que já estão em um patamar mais avançado vão fazer cada vez mais parte do tecido da nossa internet de “todo dia”. Do outro, a força da internet será cada vez mais as comunidades que se formam e respiram por meio dela – aqui também os games têm um headstart, no qual a experiência comunitária é muito poderosa e acontece desde o momento do peer-to-peer até a conexão one-to-many de milhões de viewers. O grande “x” da questão é como os games adiantam de que forma serão as experiências digitais como um todo e para todo mundo, e não apenas o fato de o território de gaming ter afinidade com muitas audiências já importantes hoje. 

4. Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?
Sem dúvida, a grande oportunidade é oferecer experiências hiperpersonalizadas, imersivas e one-on-one, conectando a racionalidade dos dados e criatividade. Quando direcionamos o olhar mais para a Web3, conseguimos criar novas formas de engajamento e fidelidade por meio de aplicativos descentralizados e ecossistemas de tokens.

5. O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?
Em tempos de grandes transformações, as marcas relevantes são aquelas que conseguem construir protagonismo e propósito, posicionando-se em meio às altas tensões geradas por uma sociedade polarizada e potencializada pelas redes sociais.