CEO da InPress Porter Novelli.
9 de maio de 2023
O Estadão Blue Studio convidou uma seleção de publicitários e executivos de mercado para darem sua visão de mercado na Série de Entrevistas: Marcas Conectadas. #aproveiteoconteúdo
1. Qual o maior obstáculo para construção de marca no cenário atual?Construção de marca é um processo contínuo. É como contar uma história, que tenha detalhes, descobertas, que traga uma conexão emocional, que instiga e aproxima o leitor, que tenha personalidade, que surpreenda com o inesperado e que, acima de tudo, tenha um propósito claro. Em um mundo cada vez mais polarizado, em que o julgamento ou o cancelamento passam a ser mais corriqueiros, os maiores desafios são em como se posicionar sem medo, recalcular a rota quando necessário e se manter relevante para o seu público. O segredo pode ser em como transformar uma crise de reputação em uma oportunidade para abrir novos caminhos e, desta forma, a história continua sendo atraente.
2. Considerando a solidez das comunidades nas plataformas, o Marketing de Influência é hoje a principal estratégia de comunicação?O marketing de influência faz parte de uma boa estratégia de comunicação e é um grande propulsor para aproximar as marcas dos seus públicos de interesse. Se torna indispensável quando o objetivo é exercer influência sobre um determinado assunto, o que traz uma conexão direta com a essência do trabalho de relações públicas – se relacionar com públicos para ganhar relevância e credibilidade. Mas, assim como em qualquer estratégia de sucesso, é preciso cuidado em todas as suas etapas, desde dos critérios de escolha, a co-criação de narrativas, o monitoramento das reações do público impactado até, claro, os dados para aportar os insights e aprendizados. Se certificar de que o endosso seja crível e não comprometa a reputação da marca é parte fundamental para não ter o efeito reverso e gerar uma crise reputacional.
3. Olhando para as novas gerações e o crescimento dos e-sports, quem não está nos games estará fora do game’?O mercado gamer é um dos que mais cresce e as projeções de receita, principalmente no Brasil, impressionam. Não há como ficar fora do game. Os jogos se tornaram uma das principais formas de entretenimento e a distância geracional é cada vez menos evidente. As marcas devem aproveitar essa cultura para converter jogadores em consumidores. Há uma enorme oportunidade a ser explorada para se aproximar, já que o ambiente permite criatividade e inovação e possuem um nível de engajamento altíssimo, já que o público quer enriquecer suas experiências. Os jogos estão se convertendo no mainstream, mas é preciso ter cautela: sua marca precisa fazer sentido para que a conexão emocional aconteça, afinal ser gamer está relacionado com questões de identidade e culturais. Este é o poder dessas comunidades.
4. Qual a maior oportunidade para as marcas com a massificação da Inteligência Artificial e Web3?Abraçar a criatividade. Todo este conceito de web3, AI, NFTs, nos permitem inovar, fazer diferente, extrapolar as barreiras físicas. E podemos usar esses conceitos para criar experiências em qualquer ponto da jornada do consumidor, mudando a forma de se relacionar com ele. Outra oportunidade é a escalabilidade, como acelerar a oferta otimizando recursos, atingindo mais público. As máquinas sempre vão precisar de olhar humano, mas esse fator humano passa a ter, também, um papel diferente, regulador, voltado para as questões éticas, de respeito e direitos humanos e pode sim trazer novos modelos de negócio. O mundo é digital e não vai parar de evoluir, não vamos deter a inovação, mas temos o poder de nos adaptar e criar soluções que façam sentido para atingir novos objetivos.
5. O que torna uma marca relevante para o consumidor moderno?Walk the talk, transparência, posicionamento claro, propósito e, principalmente, afinidade de valores. As empresas devem demonstrar como estão cumprindo as promessas feitas às pessoas, ao planeta e à sociedade. Se conectar com as novas gerações é um desafio cada vez maior para as marcas, com novos formatos e em novos canais. São consumidores que desafiam suas crenças, que se expõem mais, que buscam por conteúdos reais e relevantes para prender sua atenção. São conectados e comprometidos e estão abertos a experimentar. Sem dúvida, ditarão a forma de consumo dos próximos anos e as marcas precisam estar atentas em como se conectar de maneira genuína com esses consumidores.
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