Projetos de reciclagem exigem persistência

As dificuldades se multiplicam, mas empreendedores consideram que a sensação de contribuir para um futuro mais sustentável compensa todos os esforços

4 de junho de 2025

Projetos de reciclagem exigem persistência

Erich Burger Neto, um dos fundadores e diretor do Instituto Recicleiros, organização que atua há quase 20 anos como agente integrador entre prefeituras, empresas e catadores, diz que os catadores “prestam um serviço essencial para o País e merecem trabalhar com dignidade”.

Para se ter uma ideia da importância dessa categoria, de acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), dois terços do material enviado à reciclagem no Brasil vêm da coleta informal, realizada por catadores. Eles foram responsáveis pelo resgate de 4,5 milhões de toneladas de resíduos no ano passado.

O projeto Recicleiros Cidades, por exemplo, tem como proposta incentivar o ciclo da coleta, reciclagem e uso dos materiais reciclados, com garantia de origem e rastreabilidade. Já está funcionando em 15 municípios selecionados, de pequeno e médio porte, em 11 estados, depois que essas prefeituras ofereceram as condições exigidas e assumiram uma série de compromissos.

Entre as exigências do processo estão a regulamentação de leis municipais que passem pela Câmara de Vereadores e o estabelecimento de um Conselho Municipal de Coleta Seletiva, com a participação de diversas instituições representativas da sociedade. “Além disso, a cooperativa de catadores deve ser contratada da forma adequada e o galpão precisa ser montado a partir de uma planta personalizada que nós fornecemos”, explica Burger.

O Instituto Recicleiros possui projetos que já reciclaram mais de 20 mil toneladas e hoje somam 2,7 mil toneladas de capacidade instalada por mês. Envolvem 347 postos de trabalho com carteira assinada, remuneração de pelos menos um salário-mínimo, horário fixo de trabalho, fornecimento de uniforme e de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

“O respeito aos trabalhadores é uma premissa para os nossos projetos, porque a proposta sempre foi combinar a preservação do meio ambiente com a redução da pobreza”, diz o diretor do Instituto.

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